Citações

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Padre Feijóo: “el idioma Lusitano, y el Gallego son uno mismo”[1];

[1] Padre Jerónimo Feijoo, Theatro Critico Universal, tomo I, discurso 14, 1726

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P. Sarmiento: “la lengua portuguesa pura no es otra que la extensión de la gallega”[1].

[1] “Sobre el origen de la lengua gallega”, 1755, em Opúsculos Lingüísticos Gallegos del s. XVIII, J.L. Pensado, Editorial Galaxia, 1974, pág. 30

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Gregorio Mayáns i Siscár: “El Portuguès, en el qual comprehendo el Gallego, considerando aquel como principal porque tiene Livros, i Dominio aparte; i dejando ahora de disputar qual viene de qual”[1].

[1] “Origenes de la Lengua Española”, tomo I, Madrid, 1737, pp. 58-59, ed. facsimlar de Ediciones Atlas, Madrid, 1981

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Mª Helena Mira Mateus (assinou esta moção aprovada no Congresso sobre a situação actual da língua portuguesa no mundo): “o Congresso reafirma a tese de que o galego e o português são normas cientificamente reconhecidas de um mesmo sistema, que engloba as comunidades linguísticas luso-galego-brasileiro-africanas”[1].

[1] Actas, vol. I, 1985, Lisboa, p. 586

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Francisco Tettamancy: “O seu idioma é o nosso, e tais são as suas afinidades que em nada diverge do galego, pela sua estrutura, pela sua fonética, pela sua fraseologia, pelas suas desinências, etc., só que os portugueses o civilizaram”[1];

[1] “Barbarismos de la Inscripción del Monumento a los Mártires de Carral”, p. 14, Buenos Aires, 1907

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Leandro Carré Alvarelhos: “o portugués é o noso mesmo idioma lixeiramente modificado pol-o uso constante das xentes cultas e bencriadas. Cáseque como falan hoxe os portugueses, falaban os nosos antergos cando Galicia era reino con personalidade propia”[1];

[1] “A difusión da cultura galega e a sua ourentazón. Como elevar a moral da persoalidade galega”, Leandro Carré, in Primeiro Congreso da Emigración Galega, 1856-Banquete de Conxo-1956, Buenos Aires, 1959. p. 155-156

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Eugénio Carré Aldão: “hoje os povos duma mesma raça se buscam e chamam, tratando, pese a quem pese, de se unirem numa só e comum aspiraçom”[1];

[1] revista Seara Nova, no 3, p. 71, 1921

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Leite de Vasconcelos: “sendo o galego e o português uma mesma língua”[1];

[1] Opúsculos, vol. IV, p. 361, Coimbra, 1929

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José Agostinho: “A língua, todos nós sabemos quanto parece idêntica”[1];

[1] Jogos floraes luso-callaicos, p. 9, Porto, 1921

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Margot Sponer“Cantas veces por empregar eu as verdadeiras formas galegas tomáronme por portuguesa!”[1];

[1] “Algunhas notas dos meus estudos sobre filoloxía galega”, NÓS, no 37, 1927

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Sampaio Bruno“português e galego foram diferenciando-se cada um do seu lado, de modo que cada um se topa em face do outro como um dialecto perfeitamente definido, não porque o português seja um dialecto do galego ou o galego um dialecto do português, mas porque português e galego saíram duma base comum, a língua galécio-portuguesa”[1].

[1] “Os Modernos Publicistas Portugueses”, Sampaio Bruno, Porto, 1906, p. 101

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E. Pondal (empregava a grafia etimológica):“verbo do grã Camões, fala de Breogã” (Queixumes dos pinos);

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M. Murguia“o nosso idioma […] que do outro lado desse rio é língua oficial”[1]; (escreveu em português para a revista Aurora do Lima, de Viana: conserva-se pelo menos um manuscrito português seu[2]); “El gallego y el portugués […] son uno mismo en el origen, gramática […] y vocabulario. Por que no aceptar la ortografía portuguesa? Si nos fue comun en otros tiempos, por que no ha de serlo de nuevo?”[3]; “La verdadera lengua, gallega o portuguesa, -para el caso es igual- […] es la corriente en Galicia y gran parte de Portugal, la misma que hablaron Camoens y Sáa de Miranda”[4].

[1] Discurso nos Jogos Florais de Tui, 1891, publicado em julho em La Patria Gallega, Santiago, nos 7-8, pp. 1-6, e reproduzido em revista Grial, no 43, 1974, pp. 83-89

[2] facsimilar em revista Agália, no 47, 1996, pp. 352-359, Francisco António Vidal, Murguia: um texto em português

[3] Fragmento manuscrito, Caixa 113, arquivo da Real Academia Galega

[4] Risco, V., Manuel Murguía, Ed. Galaxia, Vigo, 1976, p. 182

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Vicente Risco (falava em “reintegração” para a cultura galego-portuguesa): “galego e portugués son dous dialectos d’unha mesma lingua”[1]; “o galego e o portugués son duas formas do mesmo idioma”[2]. “o galego e o português são duas formas dialectais do mesmo idioma”[3]. (e quando Guerra da Cal publicou na editora Galaxia o seu primeiro poemário inaugural do moderno reintegracionismo, ele aprovava a grafia renovada dacaliana[4]).

[1] revista NÓS no 7, p. 11, 1921

[2] no 160, p. 1, abril 1922

[3] Teoria do nacionalismo galego, Edição do Cinquentenário das Irmandades da Fala, Buenos Aires, 1966, p. 22 (reed. de Akal, de 1981, p. 60)

[4] no artigo “Lua de Além-Mar, de Guerra da Cal”, jornal La Noche, Santiago, 5 fevereiro 1960

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Antão Vilar Ponte (referia-se à “unificação”): “Galiza considera o portugués como o galego nazonalizado e modernizado”[1]; “¿O es que todavia hay quien piensa […] que nuestro idioma vernáculo y el idioma de Portugal no son uno y lo mismo […]? […] su unificación es tan fácil, si no más, que la realizada por flamencos y holandeses con el idioma común”[2]; “una lengua eufónica, dulce, rica, hermana gemela, por no decir madre [da portuguesa]”[3]; “no hay palabra netamente portuguesa que no sea netamente gallega y viceversa”[4]; “sintiéndonos allí [em Lisboa e no Porto], por lo que a la expresión idiomática respecta y aun por lo que hace relación a ciertos usos y costumbres, casi igual que en nuestra tierra, y desde luego más connacionales, a causa de afinidades de raza, de los portugueses que de los madrileños y andaluces. Observando entonces cómo el gallego, transformado al influjo de evoluciones pertinentes de un antiguo nacionalismo, afluía lo mismo a los labios de la aristocracia que de la mesocracia y del pueblo”[5]; “Se ao longo da Historia de Portugal estivese perdida sua independenza, nen a máis pequena sombra do “ser” galego eisistiría hoxe. Mentras eisista Portugal con caraiterísticas propias, haberá razón na Galiza pra loitar pola reivindicazón da ialma nazonal”[6]; “Las minorías conscientes cuando operan con tenacidad sobre cosas vivas, consubstanciales con el progreso, casi siempre alcanzan victoria”[7].

[1] “Pangaleguismo. O camiño direito”, em Pensamento e Sementeira, Centro Galego de Buenos Aires, 1971, p. 211 (originalmente na publicação periódica histórica A Nosa Terra (ANT), no 78)

[2] “La lengua vernácula y la portuguesa”, ibid., pp. 345-346

[3] “Síntomas del renacimiento de nuestra lengua”, ibid., p. 143 (originalmente no jornal El Pueblo Gallego)

[4] “Un libro que todos echamos de menos”, ibid., p. 152

[5] “Nacionalismo gallego. Nuestra afirmación regional”, no jornal La Voz de Galicia, 1916, p. 38

[6] “Visión internazonalista”, em Pensamento e Sementeira, op. cit., p. 218

[7] “Sobre la autonomía regional”, ibid., pp. 107-108 (originalmente em El Pueblo Gallego)

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Irmandades da Fala (históricas, de 1916): “todos estamos obligados a trabajar para que, en un próximo futuro, se llegue a una unificación lo más completa posible en la ortografía gallega por parte de nuestros escritores, hasta conseguir incluso identificarla con la portuguesa en la mayoría de los casos, toda vez que se trata, al fin y al cabo, de una misma lengua”[1]; “no existe término netamente portugués que no sea gallego, y viceversa”[2];

[1] Vocabulario Castellano-Gallego, Imprenta Moret, Crunha, 1933 (reeditado em 1970 pelo Padroado da Cultura Galega, Caracas), p. 8

[2] ibid., p. 5 (foi importantíssimo o teimudo labor das IF por recuperar o nome patrimonial da nossa Terra, Galiza)

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Seminário de Estudos Galegos (1923): “o galego e o português são originariamente a mesma língua” [1]

[1] Algunhas normas pra a unificazón do idioma galego, Ed. Nós, Santiago, 1933, reeditado no 1970 pelo Padroado da Cultura Galega, Caracas

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Revista NÓS“Nós, que de cote se ten preocupado pol-a colaboración espiritual de portugueses e galegos, non pode por menos de acoller con entusiasmo as iniciativas do Dr. Rodríguez Lapa, mesmo na ideia qu’apunta d’un acordo luso-galaico pr’a reforma ortográfica, para nós tan indispensábele”[1].

[1] no 115, 1933, p. 134, apud José Luís Rodríguez, “A Galiza ‘raiz anterga da nossa cultura’ ou a ‘portugaleguidade’ de Rodrigues Lapa”, p. 73, recolhido em: Filologia, literatura e linguística – Colóquio Internacional, Curia 1997. Comemorações do centenário do nascimento do Professor Doutor Manuel Rodrigues Lapa, Porto, Fundação Eng. António de Almeida, pp. 61-78

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Rafael Dieste (falava de “língua franca galaicoportuguesa”):“Existe entre o galego e mais o português tão estreita afinidade que quanto mais português é o português e mais galego é o galego, mais vêm a se assemelharem”[1].

[1] em Antre a terra e o ceo, p. 34; volta ao tema em A fala galega, 1926

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Evaristo Correa Calderón (mencionava a “unificação” e o “novo idioma”):“Esta unificación con el portugués facilitaría la expansión de la cultura galaica”[1]; “El gallego de hoy es la misma lengua de los clásicos portugueses”[2]; “esa patria espiritual formada por Portugal y Galicia, en la cual se habla la misma lengua”[3].

[1] em Índice de utopías gallegas, Madrid, 1929, p. 237

[2] ibid., p. 236

[3] ibid., p. 234

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Johán Carballeira (é necessária a “unificação”): “Eu son o mesmo que en 1927 propugnaba pola unificación da lingua galega na grafía sobre bases etimolóxicas. É a miña convinción de hoxe e de sempre.”[1]

[1] em artigo “Unificación”, El Pueblo Gallego, 15 novembro 1932

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João Jesus Gonçales“Somos galegos e somos lusitanos: relixiosamente, etnoloxicamente, filoloxicamente, por enriba de todas as pequenas e vulgares opinións.”[1]

[1] artigo de 1922 cit. em A loita permanente de Xoán Xesús González, de Marcos Seixo Pastor, ed. A Nosa Terra, Vigo, 2008

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Roberto Blanco Torres (diz que se precisa uma “unificação ortográfica”): “Hay dos corrientes en las normas ortográficas de nuestra lengua vernácula: una la fonetica, la rutinaria, influida por el predominio del castellano, y otra la que arranca de su mismo genio originario, de sus fuentes prístinas, la etimología como atributo lógico y esencial […] porque es la ortografía natural de la lengua gallega, y no se comprende cómo todavía haya en esto no sólo dudas y vacilaciones, sino pareceres adversos, fundados en la rutina y en la ley del menor esfuerzo, sin base científica alguna” [1]

[1] “La unificación ortográfica del idioma gallego”, em De esto y de lo otro, Ed. Nós, Crunha, 1930, p. 70

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Otero Pedraio“Galicia, tanto etnográficamente como geográficamente y desde el aspecto lingüístico, es una prolongación de Portugal; o Portugal una prolongación de Galicia, lo mismo da” [1];“Por algo nuestra lengua es la misma de Portugal”[2]; “A língua deve voltar a ser a mesma”[3]

[1] Discursos parlamentarios, p. 103, 18 setembro 1931, Eds. do Castro, 1978

[2] ibid., p. 142, 24 maio 1933

[3] Obras Selectas, Ensaios, p. 54; e Pensamento galego I, Ed. Sept, Santiago-Vigo, 1977, p. 131

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Álvaro das Casas“Cuido que deveríamos sujeitar-nos no possível ao português, tanto mais que, na maior parte dos casos, ficávamos mais dentro das nossas formas originárias […] seria muito conveniente um encontro de filólogos portugueses e galegos, para a unificação possível das nossas línguas” [1]

[1] revista Alento (da que foi diretor), no 5, 1934, em artigo Valorização política do galego

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João Vicente Biqueira“O galego, não sendo uma língua irmã do português, senão uma forma do português (como o andaluz do castelhano), tem-se que escrever, pois, como o português. Viver no seu seio é viver no mundo: é viver sendo nós mesmos”[1]

[1] em “Pola reforma ortográfica”, Ensaios e poesias, Ed. Galaxia, 1974, p. 180

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Ricardo Flores: (“segundo um posicionamento favorável à causa da soberania e do Galego-Português, com coerência no uso da grafia histórica do idioma desde a década de 30, sendo um vulto representativo desta tendência”) [1]; “a maior parte da intelectualidade galega, e a bem mais activa, tomou partido polo reintegracionismo, tal como em verdade já a tinham feito os grandes devanceiros do galeguismo”.[2]

[1]“Apresentaçom básica de Ricardo Flores”, Joel R. Gômez, pp. 234-235, Agália, nos 75/76, 2003

[2]jornal Pátria Galega, Buenos Aires, outubro 1982

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Castelão“O galego é un idioma estenso e útil, porque -con pequenas variantes- fálase no Brasil, en Portugal e nas colonias portuguesas” [1]; “A nosa língoa está viva e frorece en Portugal” [2]. “Yo deseo que en Galicia se hable tan bien el gallego como el castellano y el castellano tan bien como el gallego. Deseo además que el gallego se acerque y confunda con el portugués, de modo que tuviésemos así dos idiomas extensos y útiles” [3].

[1]pp. 41-42 de Sempre em Galiza, Ediciós Galiza, Centro Galego de Buenos Aires, 4ª ed., 1974 (1ª ed. de 1944)

[2]ibid., p. 241

[3]carta de 1944 ao historiador espanhol Sánchez Albornoz em Grial, no 47, 1975, p. 101, “Dos cartas polémicas”

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M. Rodrigues Lapa“Pensa ele [Guerra da Cal], e muito bem, que devíamos fazer uma reunião entre portugueses, brasileiros e galegos, para lançar as bases de uma reforma ortográfica”[1]; (foi o primeiro que usou o termo “portugalego”, como abreviatura de português galego): “galego-português ou portugalego”[2]; “fala galega, mas língua literária portuguesa da Galiza sob o nome de portugalego”[3]; (também empregou “Portugaliza” por vez primeira): “Para designar isso mesmo, em termos menos sublimados, nós criámos uma palavra composta que vem a dar no mesmo: Portugaliza. Isto é, a união de dois países irmãos, estreitamente ligados, mas em perfeita liberdade“[4]; (Também empregou o termo “galeguia”): “Perante esta evidência, demonstrada a galeguia (que bonito nome!) do português de todos os quadrantes, perguntamos se é justa a opinião daqueles que se empenham em descobrir diferenças no génio dos dois povos irmãos”[5]. Lapa: “Para esta indispensável aproximação é necessário em primeiro lugar reformar a ortografia galega no sentido da nossa ortografia oficial, sempre que isso seja possível, que quase sempre o é”[6]; “O acordo filológico entre as duas regiões seria coisa facílissima, não precisando sequer da intervenção oficial: bastava um entendimento entre o Centro de Estudos Filológicos e o Seminário de Estudos Galegos”[7]; “Afinal, parece que estamos todos de acordo: fala brasileira, mas língua portuguesa do Brasil, com as singularidades próprias de cada uma, mas sem quebra da unidade fundamental […] Com efeito, aquilo que atrás dissemos sobre o caso brasileiro, poderíamos repeti-lo quase nos mesmos termos a respeito do galego: fala galega, mas língua literária portuguesa da Galiza sob o nome de portugalego, isto é, com as peculiaridades próprias de cada uma, sem prejuízo da unidade fundamental […] O português literário, sem garantia de propriedade, é privilégio de três países, Galiza, Portugal e Brasil, a que se juntaram agora mais cinco nações africanas emancipadas”[8];“não nos esqueçamos de que uma língua falada não é nunca língua de todo o povo; é de uma região, de uma profissão, de uma classe; só a língua escrita é uma língua geral, -no espaço e no tempo”[9]; “Sempre considerei a Galiza, essa terra maravilhosa, desgraçada e incompreendida, como sendo a minha própria terra; e historicamente e geograficamente assim é, pois estou dentro dos limites da velha Galécia, que chegava pelo sul ao rio Mondego”[10]. “Uma das grandes dificuldades para quem se ocupa dos trovadores é e continua a ser a determinação dos seus lugares de origem, da sua pátria, digamos, no fraseado de hoje, que não correspondia ao de então. É, em muitos casos, uma tarefa vã; e isso mesmo tem um significado lisonjeiro, porque revalida a ideia de uma perfeita identidade entre as duas Galizas, a de além e a daquém Minho”[11]; “O único remédio eficaz para a salvação do idioma, gravemente ameaçado, deverá ser uma decisiva aproximação com o português, que poderá considerar-se a expressão literária do galego”[12]; “o galego não pode morrer: sobreviveria no português, sua pulcra expressão literária”[13]; “o galego, ou se perde, devorado pelo castelhano, ou se salva, incorporado no português, sua língua natural, como pretendia o grande Castelão”[14]; “De qualquer forma, e para conforto dos que o amam, o galego não morrerá, por uma simples razão: é que ele está bem vivo e razoavelmente puro no português de hoje”[15]; “Pois bem: quando 3 milhões de galegos falarem galego e escreverem português, ou galego-português, como língua de cultura, estará findo em glória o drama crucial que tem afligido o povo da Galiza”[16]; “a singularidade só se compreende dentro de um largo espírito de comunhão, que a reforça e engrandece. O culto injustificado e abusivo da diferença, respeitável em si mesmo, só pode conduzir à desgraça. Foi o que aconteceu ao filho pródigo; e é também o que pode acontecer ao galego, em termos de língua e de cultura”[17]; “todo Portugal é mais ou menos galego. A toponímia demonstra-o claramente”[18]; “o reintegracionismo desejado, que se nos apresenta como única salvação do galego”[19]; “Falta ao galego de hoje a consciência de que galego e português foram e são ainda a mesma língua, apesar das diferenças que a uma delas imprimiu o contacto com outra língua, culta e dominadora. […] Por isso, quaisquer que sejam as vicissitudes que o destino e a cobardia dos homens reservem ao idioma galego, uma coisa temos como certa: esse doce linguajar não morrerá, pois se ouve e se lê em Portugal, onde é uma língua de cultura […] De qualquer maneira, estamos a braços com um dilema, que exige uma opção crucial: ou o galego se perde, submergido pelo castelhano; ou se salva, apoiando-se na força duma língua em ascensão como é o português”[20]. “Nada mais resta senão admitir que, sendo o português literário actual a forma que teria o galego se o não tivessem desviado do seu caminho próprio, este aceite uma língua que lhe é brindada numa salva de prata”[21];“Pergunto daqui ao meu querido amigo Ramón Piñeiro, que na dedicatória do seu Cancioeiro da Poesia Céltiga [sic] (1952) me considerou “o mais ilustre galego de aquém-Minho”, o seguinte: -Se eu tenho orgulho em ser galego desta Galiza de aquém-Minho, e não é a primeira vez que o manifesto (sou de Anadia, nos limites da Galiza anterga [sic]), por que razões ele, homem de Lugo, que pertencia à metrópole de Braga, não há-de ter orgulho em ser português? Dizendo melhor: por que não havemos todos de ter muita honra em ser galego-portugueses?”[22]. Mais adiante: “o galego de hoje é um composto de formas arcaicas e populares do galego-português com mistura aberrante de castelhanismos de toda a espécie. A este idioma desgraçadamente poluído dá-se o nome de ‘castrapo’[23].

[1]Carta de R. Lapa a F.F. del Riego desde o Rio, 15 novembro 1958, em Cartas a Francisco Fernández del Riego sobre a cultura galega, de Manuel Rodrigues Lapa, 2001, Ed. Galaxia

[2]correspondência particular a C. Durão, 29 julho 1977

[3]“António Sérgio e o problema da língua literária”, em Estudos galego-portugueses, Sá da Costa Editora, Lisboa, 1979, p. 127; também o empregaram A. Gil Hernández: “galego (português ou portugalego)”, em “A língua como facto social (duas missivas)”, p. 197 da revista AGÁLIA, no 14, 1988, e Joaquim Reis: “galego-português […] Ou portugalego, que é o mesmo”, em ANT, no 785, 3 julho 1997, p. 27, “A legitimidade da designação de galego-português”

[4]em alocução na Exposição do Livro Galego, na Universidade de Aveiro, 16 julho 1982, publicada como “O problema linguístico da Galiza”, em Vol. I de Linguística e Sócio-linguística Galaico-Portuguesa, Temas de O Ensino, nos 4/5, 1985, p. 37; anteriormente empregara o termo “Portugalicia” pelo menos uma agência de viagens de Londres

[5]em “Algo de novo sobre o problema do galego”, revista Grial, no 74, 1981, p. 500 (sublinhado do autor)

[6]em Diário da Noite, Lisboa, 24 agosto 1932, recolhido em Estudos galego-portugueses, Sá da Costa Editora, Lisboa, 1979, p. 20

[7]em Seara Nova, Lapa no 425, 1935, pp. 261-262, depois em “António Sérgio e o problema da língua literária”, op. cit., p. 121

[8]ibid., pp. 125, 127 e 128

[9]António Sérgio, ensaio não recolhido nas Obras Completas de Sá da Costa, ibid., p. 126

[10]Estudos galego-portugueses, Sá da Costa Editora, Lisboa, 1979, prefácio

[11]Escolma de Poesía Galega, vol. I, p. 9, Galaxia, 1952, Limiar

[12]“A Galiza, o galego e Portugal”, Estudos galego-portugueses, Sá da Costa Editora, Lisboa, 1979, p. 27, texto duma conferência proferida em 18 janeiro 1971 no Museu Machado de Castro, Coimbra, dentro duma “Semana Cultural Galego-Portuguesa, dirigida pela Universidade

[13]“Verdadeira empresa de cavalaria andante”, Grial, no 42, 1973, p. 466

[14]“A reintegração linguística galego-portuguesa – um drama que afecta a todos nós”, em revista Temas de O Ensino, nos 6/10, 1986, p. 26, antes publicado na revista Nova Renascença, Porto, outubro 1983

[15]“Duas atitudes face ao problema do galego”, Estudos galego-portuguesesop. cit., p. 71; antes na revista Vértice, Coimbra, nos 367-368, 1974, p. 583

[16]“Sobre a lira lusitana de Curros Enríquez”, Estudos galego-portuguesesop. cit., p. 110

[17]em alocução na Exposição do Livro Galego, na Universidade de Aveiro, 16 julho 1982, publicada como “O problema linguístico da Galiza”, em Vol I de Linguística e Sócio-linguística Galaico-Portuguesa, Temas de O Ensino, nos 4/5, 1985, p. 38; antes em “Algo de novo sobre o problema do galego”, revista Grial, n74, 1981, p. 500

[18]em alocução na Exposição do Livro Galego, na Universidade de Aveiro, 16 julho 1982, publicada como “O problema linguístico da Galiza”, em Vol I de Linguística e Sócio-linguística Galaico-Portuguesa, Temas de O Ensino, nos 4/5, 1985, pp. 39-40

[19]em “Algo de novo sobre o problema do galego”, revista Grial, no 74, 1981, p. 498

[20]em Boletim do Grupo de Trabalho Galego de Londres, no 8, abril 1972, p. 2

[21]”A recuperação literária do galego”revista Colóquio/Letras, Lisboa, no 13, 1973, pp. 5-14; reproduzido em Grial, no 41, 1973, pp. 278-287 (e depois em Estudos galego-portuguesesop. cit., pp. 53-65); p. 286 de Grial, op. cit.

[22]“Otero Pedrayo e o problema da língua”, Grial, no 55, 1977, p. 44; depois em Estudos galego-portuguesesop. Cit.

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E. Guerra da Cal“Consideramos, pois, iniludível a nossa reintegração no perímetro e nas correntes universais do ‘mundo que o português criou’ aquém e além-mar. O verdadeiro meridiano espiritual da Galiza passa por Lisboa e pelo Rio de Janeiro -e quanto antes reconheçamos esta verdade, antes se abrirão à nossa antiga voz recuperada as possibilidades de ecoar fora dos restritos confins comarcais nos que nos estamos fechando, cegos às vastas perspectivas que temos diante dos olhos”[1]. “Eu, sem pejo nenhum, afirmo aqui o meu orgulho de ter sido o primeiro escritor galego, desde o Ressurgimento, a levar a vias de facto essa tão repetidamente desejada aproximação da nossa língua escrita ao português […] Em 1959 fui de facto “iniciador dessa reintegração” no meu poemário Lua de Alén-Mar, com o que abri fogo nessa batalha […] Esse apelo não caiu em saco roto. Nele teve princípio a corrente “reintegracionista” contemporânea – na que hoje enfileira o melhor e mais capacitado da nossa mocidade. […] os que neste momento detêm o poder autonómico – clientes e agentes do Estado Central […] Esse é o bando da “Xunta de Galicia” [sic], que, de colaboração com algumas entidades “isolacionistas” esclerosadas, engenhou e “oficializou”, de maneira maleficamente subreptícia, umas aberrantes Normas cujo evidente propósito é condenar o galego ao languidescimento como dialecto – do espanhol […] /eu tenho a convicção de que a única defesa do galego contra a política linguicida dos “espanholizantes” descansa na progressiva adopção do padrão luso-brasileiro que os “reintegracionistas” perfilham”[2].“É um facto que a língua irmã contém, no seu nível rústico, quase todo o galego. Há que fazer -e isso é tão fácil!- que o galego contenha, no seu nível culto, o português”[3]. “A Galiza é um país semiconquistado e eu não posso conviver com uma Galiza mediatizada pelo Estado central. Estou aquinuma Galiza livre, onde falo a minha língua, estou rodeado de pessoas que falam a minha língua e só tenho que ouvir de quando em vez um turista falando castelhano. Mas se for à Galiza, tenho que estar a ouvir os galegos a preferirem, muitos deles, serem espanhóis de quarta classe do que galegos de primeira”[4].

[1]edição de Galaxia de Lua de Além-Mar, p. 44 da ed. da AGAL

[2]no “Antelóquio indispensável” do seu Futuro imemorial, Sá da Costa Editora, Lisboa, 1985, pp. 9-11; recolhido em Vol II, 1986, de Temas de O Ensino, nos 6/10, “Linguística, sociolinguística e literatura galaico-luso-brasileira-africana de expressão portuguesa”

[3]p. 50 da ed. da AGAL

[4]Entrevista ao Jornal de Letras, Artes e Ideias, de Lisboa, 15-25 abril 1983

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Valentim Paz-Andrade (falava em “reabilitação literária” e em ”língua galaico-portuguesa”): “dada la identidad estructural que conservan el portugués y el gallego, recíprocamente inteligibles. Se trata de una lengua con la cual pueden entenderse millones y millones de personas, aunque lo hablen con distinto acento o escriban de forma diferente cierto número de vocablos”[1];“no puede parecer razonable cualquier tendencia que reduzca el problema a la rehabilitación literaria de una lengua retardada en su forma escrita, haciendo caso omiso, o poco menos, de la evolución que experimentó durante siglos de uso múltiple y pleno, fuera del área de origen”[2];“¿O galego ha de seguir mantendo unha liña autónoma na sua evolución como idioma, ou ha de pender a mais estreita similaridade co-a lingua falada, e sobre todo escrita, de Portugal e-o Brasil? Os termos da custión non deben ser tomados no senso de que o galego, pra marchar en maior irmandade formal co portugués, teña que deixar de ser o que é.”[3];“la identidad con la lengua de Portugal había de arrancar forzosamente de los orígenes./ Ni aún bajo el período de mayor depresión social y cultural de Galicia resultó oscurecida la idea de tal unidad primigenia. Las pocas figuras que descollaron sobre el nivel de su época no dejaron de proclamar ‘que el idioma gallego y el lusitano son uno mismo’”[4];“La circunstancia de que la evolución morfológica entre la rama gallega y la lusitana no haya sido sincrónica representa menos de lo que parece”[5]. “unha lingua que aínda se fala hoxe no grande sertao, como se fala na Galiza”[6].

[1]em Galicia como tarea, Ediciones Galicia, Buenos Aires, 1959, capítulo 2, apartado 3, “Área de expansión exterior”, p. 139

[2]ibid., cap. 13, p. 146

[3]em O porvir da lingua galega (que inclui o seu artigo “A evolución trans-continental da lingua galaico-portuguesa”), VVAA, Círculo de las Artes, Lugo, 1968, pp. 115-132; ibid., p. 131

[4]em La marginación de Galicia, Ed. Siglo XXI, Madrid, 1970, cap. 8, “La expansión transcontinental del idioma”, p. 101

[5]ibid., p.103

[6]em A galecidade na obra de Guimarães Rosa, Eds. do Castro, 1978, recolhido em parte em A fonte galega de Guimarães Rosa, Vol II, pp. 219-233; p. 104

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Álvaro Cunqueiro (trata-se também da “unificação ortográfica”[1]): “em pé de igualdade”[2];“Tenemos que ponernos en forma para un «parlamento total» de la lengua gallega, para un pie de igualdad con los otros de nuestra misma matriz lingüística, en Portugal y en el Brasil./ Nosotros tenemos que ir, inevitablemente, con los portugueses y los brasileños hacia una unificación ortográfica”[3]. (Também em ‘A recuperación literaria do galego’)[4].

[1]Entrevistas em 1969 nas revistas Destino, e El Mundo; volta ao tema em entrevista jornalística em La Gaceta del Norte, Bilbau, 1970

[2]jornal El Progreso, Lugo, 1961

[3]«Álvaro Cunqueiro, un hombre de nación gallega», Baltasar Porcel, em Destino, 8 março 1969

[4]jornal Faro de Vigo, 9 setembro 1973

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Agostinho da Silva:“Parece, portanto que o que se tem de fazer é uma integração geral do Galego, do Português de Portugal e do Português do Brasil […] Deve poder dizer-se indistintamente que o Galego é uma forma do Português, ou o Português é uma forma do Galego, ou os dois uma unidade com o Português ultramarino”[1].“se o Portugal da Península se perdesse, se perderia a Galiza; um viverá pelo outro, um se salvará pelo outro: lição que, esquecida na história, bem caro lhes custou”; “O que parecia uma pequena província obscura, tendo quando muito para se exprimir em têrmos de alguma universalidade a estrangeira língua castelhana, pode de súbito, usando sua própria língua, e apenas passando, como é necessário, e alguns vão já fazendo, a uma comum ortografia com o português do Brasil, atribuir-se a um papel de primeira plana.”[2]

[1]em Boletim do Grupo de Trabalho Galego de Londres, no 9, Natal,1972, p. 1. Agostinho da Silva fundara em 1960 na Baía, com Machado da Rosa, um Seminário de Cultura Galega.

[2]Programa Em Honra de Santiago, publicado originalmente numa revista da Baía em outubro do 1960, e reproduzido no no 2 do Boletim da AGLP, 2009, pp. 11-20; (ao falar da “comum ortografia” refere-se a Guerra da Cal)

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Luiz Ruffato (escritor brasileiro para designar a lusofonia): “no meu caso, compreendi perfeitamente o galego -mas essa felicidade, que chamei de galeguia (galegria), dá um tom de suavidade muito particular”[1];“sabemos que a língua com que nos expressamos, antes de ser portuguesa, é galega – a Galiza é o berço do que se convencionou denominar, por injunções históricas, de língua portuguesa. Então, na época, propus que ao invés de levantarmos a bandeira da lusofonia, passássemos a falar em galeguia – que devolve o sentido original da raiz da nossa língua, relativiza o peso do passado colonial e reincorpora, com os devidos créditos, a Galiza a este universo comum”[2].

[1]entrevistado por Carlos Quiroga, revista Agália, nos 83/84, 2005, p. 241

[2]“Galeguia”, por Luiz Ruffato, revista Agália, nos 89/90, 2007, p. 214 (negrito do autor)

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J.M. Montero Santalha“ou galego e português som a mesma língua (sem prejuízo de peculiaridades próprias de cada umha das duas áreas), ou som línguas independentes. Os conceitos “idêntica língua” e “línguas distintas” estám separados por um salto qualitativo e nom por umha simples diferença quantitativa, de modo que entre eles nom existe um ponto intermédio”[1].“chamar-lhe língua galega ao que é língua portuguesa da Galiza para todo o âmbito lusófono é uma maneira de enganá-los, porque é uma maneira de fazer-lhes ver que isso não tem nada a ver com eles. Porque não se chama língua brasileira: chama-se língua portuguesa do Brasil. […] Temos que ter uma instituição que para o resto do mundo lusófono seja claramente lusófona: língua portuguesa da Galiza, não língua galega”[2];A Galiza é um país de língua portuguesa, um país lusófono: embora muitos dos demais lusófonos o ignorem, fala uma forma de português que os galegos denominamos por vezes «galego» ou mesmo «língua galega», e este factor linguístico é, ademais, o principal sinal de identidade coletiva da Galiza […] a Galiza encerra ainda uma parte do mais autêntico tesouro do idioma, vivo não só na sua tradição literária e popular mas também na fala habitual de muitos galegos, como consequência do facto de ser a língua «nativa» do território, ou, como diz o nosso Estatuto de Autonomia, «a língua própria».[3];“Isaac Díaz Pardo possui uma clara concepção da unidade lingüística galego-portuguesa, e nela devem incluir-se as suas repetidas críticas à atitude isolacionista e culturalmente suicida da Real Academia Galega e do Instituto da Língua Galega”[4].

[1]ponência apresentada nas V Jornadas do Ensino, Escola Universitária de EGB de Santiago, 26-30 agosto 1981

[2]da apresentação da Associação Cultural Pró-Academia Galega da Língua Portuguesa:http://br.groups.yahoo.com/group/Academia-Galega-da-Lingua-Portuguesa/

[3]José-Martinho Montero Santalha, Presidente da Academia Galega da Língua Portuguesa, Discurso na sessão interacadémica na Academia das Ciências de Lisboa (14 de abril de 2009)

[4]“Isaac Díaz Pardo e a Língua”, J.M. Montero Santalha, em AA. VV., AGAL, Corunha, colecçom Testemunhos, 2008, 166 pp.

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Higinio Martins Esteves“O til deve ser recuperado porque doutro jeito nom há possibilidade nenhũa de integrar os diversos dialectos galegos. Nom só historicamente no passado, mas também no presente.”[1];“Nom descarto escrever na norma portuguesa em contextos amplos. Só quero reservar-me o direito de usar formas galegas legítimas, que nom diminuem a consolidaçom da língua e enriquecem aos mesmos portugueses, que nelas se reencontram./ A norma AGAL foi e é boa para aproximarem-se os de fora, os que andavam desapercebidos da questom. A norma AGAL oficial de máxima (com til) cumpre-lhe aos que já conhecem e entendem a história. Além desse ponto nom há mais formalizações que a portuguesa, a brasileira e a do Acordo do 90.”[2]

[1] “Orgulho galego na diáspora”, Â. Gonçalves Vicente e B. Penabade Rei, Fundación Comarcal O Baixo Miño, 2008, p. 56.

[2] id., pp. 69-70

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Ricardo Carvalho Calero (utiliza a expressão “iberorrománico occidental”[1] e “reingresso”[2]): “As Normas ortográficas foron aprobadas en xuntanza celebrada o 15 de febreiro de 1970. Dado ese primeiro paso na ordenación do idioma, semellóu chegado o momento de abordar os máis rechamantes problemas de morfoloxía, o que desembocou na aprobación, con data de 4 de xullo de 1971, de Algunhas normas para a unificación morfolóxica da lingua galega. A unha primeira edición das Normas ortográficas do idioma galego seguiu outra conxunta das ortográficas e morfolóxicas. Esgotadas estas edicións, agora aparece a segunda das normas conxuntas (Nota [de Carvalho]: Real Academia Galega, Normas ortográficas e morfolóxicas do idioma galego, segunda edición, A Cruña, 1977. Polo que se refire ás normas ortográficas, ésta é, realmente, a terceira edición) […] desde que tais Normas foron redactadas […] semella lóxico, de acordo co espírito e a letra das esposicións que preceden á parte dispositiva, preguntármonos en qué medida poden modificarse, qué dúbidas se nos plantean aínda e qué enmendas procedería seguramente introducir./ Comecemos pola ortografía./ E a primeira dúbida é ésta: ¿resulta tan incuestionábel como en 1970 basearse na ortografía castelá? Téndose estendido, anque insuficientemente, o ensino do galego, non estaremos xa en condicións de encetar a introducción dunha ortografía autónoma? Mais ¿tería de selo dobremente, é decir, con relación ao castelán e ao portugués, ou compriría aprosimala á escrita deste último idioma, entendendo a autonomía ortográfica como reintegración no complexo galego-português? Semella lóxico que algunha forma de coordinación no indumento gráfico dos idiomas xemeos se promova ao seu tempo, pois iso facilitaría á nosa literatura o ascenso dun estatuto de espresión dialectal a unha situación de homologación -sempre falando en termos de grafía- con respeito ás máis variantes do romance occidental. […] Xa que non estamos sos, e o portugués mantén o x=ks, teríamos que ser consecuentes, e reducir os casos de confusión ou incongruencia adoptando unhas grafías máis etimolóxicas en que o g e o j non fosen escluidos polo x. Exigencia sería unha forma admisíbel sobre a base dunha educación escolar que preparase o alumno. […] a solución do castelán […] é contraria ás leis fonéticas que rexen a historia do galego e debe escluirse […] Habería que considerar Galiza como forma máis autorizada, e igualmente restrinxir todo o posíbel aos cultismos modernos e evidentes as formas sufixáis que se mencionan en que tivera de manterse a iode, o que é contrario ao desenvolvimento normal da lingua no seu período constituinte”[3]; “A qualificaçom de lusistas, que, com sentido pejorativo ou neutro, dam alguns aos que professam as ideias expostas, nom nos parece feliz, pois do que se trata é de restaurar o carácter puramente ocidental do nosso romance, libertando-o, na medida em que caiba, de contaminaçons centralistas”[4]; “Do mesmo jeito que os diferentes dialectos do castelhano se escrevem coa mesma ortografia, ainda que a pronúncia andaluza, por exemplo, difere consideravelmente da burgalesa, caberia umha ortografia unificada para o ámbito galego-português…”[5]; “Umha língua tam ameaçada como o galego nom pode sobreviver senom apoiando-se nas demais formas do sistema, quer dizer, reintegrando-se no complexo luso-galaico do qual geneticamente forma parte […] O galego ou é galego-português ou é galego-castelam […] Umha concórdia ortográfica, quando menos, e umha inteligência na opçom das formas lingüísticas que integrariam, sem prejuízo das peculiaridades do galego, o veículo geral de comunicaçom, seriam indispensáveis./ Deste jeito, seríamos o que somos, voltaríamos a ser o que fomos: o romance mais ocidental, nom esnaquizado em dous anacos isolados, senom reintegrado numha unidade sistemática que nom exclui a autonomia normativa” […] “Alguns demagogos querem manter este estado de alienaçom, e rejeitam como artificiosas as formas restauradas. Comovedora homenagem de ignorância ou fanatismo ao mito do galego popular, se nom se trata de uma maquiavélica manobra encaminhada a fazer impossível a supervivência do galego”[6]; “Com diversos matizes, o reintegracionismo propugna a rectificaçom da deriva anómala do galego para o iberorrománico central, cujo arquetipo é o castelhano, e a recuperaçom da órbita natural do sistema […] Entre os “lusismos” que condenam, figuram estudar, estudante, nervoso […] e formas léxicas como jornal, ar, termo, janela, só, rédea, rosto, liberdade, até, paixom, começar, sem, estrada, próprio, mas, conhecer, cidade”[7]; “Algumas pessoas desinformadas tendem a apresentar-me como um inovador, como um revolucionário polo que se refere ao conceito da nossa língua, mas as minhas opiniões, expressadas naturalmente conforme aos meus próprios parâmetros pessoais, são sem embargo aquelas opiniões, aqueles critérios que tradicionalmente se professam dentro do galeguismo. Uma doutrina revolucionária é, por exemplo, a de que o Galego é uma língua que deve ser considerada absolutamente independente dentro das Línguas da Românica. Isso sim pode ser considerado inovador, ainda que com um tipo de revolução completamente contrário à realidade da experiência histórica […] eu realmente não creio que se me pode considerar um dos pais do reintegracionismo. Mais bem sou um dos filhos, por que o reintegracionismo nasce cientificamente com o Romanismo, e politicamente com o Galeguismo. […] a mim correspondeu-me, como a outros colegas e correligionários, precisar consoante as circunstâncias do meu tempo, uma doutrina que explicita ou implicitamente era a doutrina geral do Romanismo e os propugnadores do Galeguismo professavam desde que surgiram à luz. […]/ O reintegracionismo, portanto, não é outra cousa que aquela doutrina que quer devolver a sua própria natureza ao Galego. […] Não se pode construir um Galego sobre a base do estado actual do idioma nas camadas populares, porque sabemos que durante muitos séculos foi erosionada a língua oral, única realmente existente, por influência do castelhano. Então se queremos escrever e falar um idioma que não seja um mero dialecto vulgar do castelhano, há que restaurar os tecidos danados. […] O Galego há de preservar a sua natural essência para o qual há que manter o contacto com as demais normas do sistema. […] devemos entender que as diversas manifestações do Galego colonial, do galego que se foi expandindo a partir do seu nascimento na Gallaecia, são normas, são Falas, são dialectos que podem contribuir a enriquecer o nosso idioma.[…] Por suposto, todo o mundo sabe que eu professo em matéria de Política Linguística as ideias tradicionais, as ideias de Castelão, e como essas ideias são contrárias às ideias que reinam no mundo oficial, no aspecto cultural, pois, não tenho muito predicamento, ao parecer, dentro dessas esferas. Consideram-me como um herege, como um cismático, ou como um corruptor da mocidade, e se me exclui positivamente dos organismos oficiais. Isto é evidente, ainda que tamém é certo que entre as pessoas que formam parte desse “holding” cultural que hoje nos governa há gentes que conservam um respeito pessoal para mim, alguns mesmo um afecto pessoal, mas é verdade que se me considera um obstáculo para o desenvolvimento duma determinada Política Linguística e se me exclui decididamente em geral do mundo cientificoliterário que está servido por pessoas afectas às ideias reinantes, que são mais bem isolacionistas do que reintegracionistas […] ensinaria o Galego que existiu historicamente e que existe actualmente, propugnando uma norma ampla que não exclua a nenhum sector que tenha importância sem aplicar uma ditadura linguística que resultaria ridícula”[8]; “Nom hai, dentro do sistema galego-português, duas normas, senom um material sem normativizar. Mais adiante, impom-se a conveniência de umha ordem, e afastadas politicamente a parte norte e a parte sul do domínio lingüístico, aparecem tendências nom coordenadas, e assi, neste estádio posterior, os elementos comuns vam-se decantando nas suas distintas soluçons, de jeito que hai formas mais usuais em Galiza e formas mais usuais em Portugal. Com o que a distinçom a que se chega finalmente entre galego e português está determinada pola referência electiva entre as diversas formas do sistema para constituir as respectivas normas. O isolamento dos territórios correspondentes por pertencer a distintos reinos, e as influências castelhana e moçárabe correlativamente no norte e no sul, acabárom por gerar umha distinçom que também se dá entre as diversas realizaçons do catalám, e de calquer outro idioma em circunstáncias análogas”[9]; “O galego nom nace cando renace a sua expressom escrita no século XIX”[10]; “pode-se afirmar que as modalidades existentes na fala nom apresentam caracteres diferenciais suficientemente marcados para que se atribuam ao galego grupos dialectais. Nom existiriam dialectos, senom falares, dentro do galego. Esta vem a ser a opiniom de Vicente Garcia de Diego (1909), e é umha opiniom correcta […]”[11]; “Nom estamos isolados”[12]; “É certo que en determinadas reunións de lingüistas, por exemplo a celebrada en Tréveris, à que non asistin, houvo duas ou tres persoas que se permitiron combater asañadamente os meus pontos de vista. En realidade eles son os orixinais. Eu sigo a tradizón, eles son os revolucionários.”[13]; “A miña aportazón a estas normas foi tan particular como xeral; pode-se dizer que as fixen case na sua totalidade. Houvo algunhas observazóns que fixeron outros colegas e que se tiveron en conta. Pero en realidade fun eu o redactor principal destas normas […]”[14]; “[…] o que era Conselleiro de Educazón e Cultura da Xunta de Galiza naquela época, o profesor doutor Alexandrino Fernández Barreiro, falou comigo e pideu-me colaborazón para problemas técnicos relativos aos problemas lingüísticos. […] a realidade é que […] non me pideu informes persoais sobre cuestións lingüísticas, senón que me fixo Presidente dunha Comisón Lingüística que teria que abordar os problemas relativos às formas do galego que para o uso interno, para o uso oficial da Consellaria, terian de adoptar-se.[…] as tres persoas que éramos profesores da Universidade nos reunimos unha série de veces no meu despacho e elaboramos unhas normas, un proxecto de normas, a ponéncia de 1979, que constituian para entón un código de expreson normativa mui satisfactório. […] A ponéncia, pois, foi aprovada unanimemente […] se introduzian unha série de recomendazóns, polo que se refere a morfoloxia, que supuñan un esforzo para restaurar determinadas formas do galego histórico que foran esquecidas ou adulteradas pola influéncia castellana. De xeito que agora, dunha maneira expresa, havia unha referéncia, unha remisón ao noso galego histórico; […] Esta ponéncia pasou logo da Comisón ao pleno, e ali se manifestou, por parte dalguns membros da Comisón, unha tendéncia a manter a ortografia usual de tipo castellano […] à maioria da Comisón pareceu-lle oportuno deixar abertas as duas posibilidades na maior parte dos casos, de xeito que as normas que entón se adoptaron e que no meu pensamento tiñan por obxecto resolver un problema de réxime interior da Consellaria e de nengun xeito impor-se ditatorialmente ao povo galego […] Esta posizón que, finalmente, se adoptou, ainda que non era idealmente tan satisfactória como a da ponéncia, posibilitava unha concórdia que foi imposível cando despois que esta Comisón se disolveu […] as persoas que tiñan influxo na Consellaria ou as instituizóns das que a Consellaria se asesorava, plantearon de novo o problema e o resolveron da forma actual, que, como sabemos, tende a ser unha forma que, no pensamento dos seus propugnadores, ten un carácter dogmático, de forma que quedan excomulgados os que non se ateñen a esta opzón”[15]; “Este ibro-románico occidental, dotado dunha unidade sistemática, realiza-se en diversas falas, suxeita-se a distintas normas, e unha destas normas é o galego comun, que, à sua vez, non é outra cousa que un certo sincretismo de variantes coloquiais e literárias que se dan en Galiza. Dentro do portugués hai tamén distintas falas, distintas normas, entre as que figura o portugués normativo, con superior xerarquia político-social, mas para o lingüista unha de tantas manifestazóns dialectolóxicas do galego-portugués”[16]; “Eu neste aspecto son absolutamente ortodoxo. Os heterodoxos son os que discrepan desta tradizón galeguista na que eu estou plenamente incorporado”[17]; “De nada nos serviria que todo o mundo falase e escrevese en galego se ese galego […] era realmente un castellano agalegado […] Non abonda con que se fale galego, é que é preciso que ese galego sexa galego, é dizer, que non sexa un produto que con nome de galego nos apresente un dialecto do castellano. Asi que esta é a significazón que ten o esforzo que están realizando muitos intelectuais galegos en pro dunha reintegrazón do noso idioma no seu sistema próprio […] apesar do decreto de unificazón ditado para impoñer unha normativa oficial, existe un sector importante do país […] que insisten na necesidade de ter en conta o galego histórico, e que non cren que se poda normativizar e normalizar a nosa língua sobre a base da realidade dialectal dos tempos modernos, que é consecuéncia dun proceso de degradazón do noso idioma, producido por circunstáncias históricas de sobra coñecidas. Entón constitui ao meu xuízo unha cegueira dos políticos que nos governan, induzidos por estudiosos ou técnicos que non posuen a necesária amplitude de espírito para ver o galego cunha conceizón diacrónica, tratar de esmagar a estas persoas, a este grupo que propugna a reintegrazón do galego dentro do sistema ibero-románico occidental; grupo que se ten acreditado como numeroso, como responsável e como ben informado […] Non me parece correcta a actitude da Administrazón negando, por exemplo, a sua proteczón económica a empresas culturais importantes, polo feito de que a expresón formal ortográfica dos solicitantes deses apoios estexa orientada à reintegrazón do galego ao seio do sistema galego-portugués. En realidade, eses médios económicos […] son […] subvenzóns, son bens, cuxo proprietário é o povo galego. E os reintegracionistas, a verdade, cremo-nos parte dese povo galego, e nos parez unha actitude abusiva, absolutamente anti-constitucional, aquela que nos priva de disfrutar dunha proteczón económica que nos parece ser un ben ao que devemos ter acceso todos os galegos”[18].

[1] Em “Ortografía galega”, jornal La Voz de Galicia, julho 1975, e volta ao tema em “Galego-portugués ou galego-castelán”, em agosto no mesmo jornal

[2] Em “A fortuna histórica do galego”, em Problemática das línguas sem normalizar. Situación do galego e alternativas, ASPG, 1980, reproduzido em Da fala e da escrita, 1983, e em Vol I de Linguística e Sócio-linguística Galaico-Portuguesa, Temas de O Ensino, nos 4/5, 1985, p. 30 (corresponde a uma palestra proferida na USC em 1978)

[3] “Normas ortográficas e morfolóxicas”, revista Grial, no 59, 1978, pp. 99-102

[4] Em “A fortuna histórica do galego”, em Problemática das línguas sem normalizar. Situación do galego e alternativas, ASPG, 1980, reproduzido em Da fala e da escrita, 1983, e em Vol I de Linguística e Sócio-linguística Galaico-Portuguesa, Temas de O Ensino, nos 4/5, 1985, p. 30 (corresponde a uma palestra proferida na USC em 1978)

[5] “Normas ortográficas e morfolóxicas”, revista Grial, no 59, 1978, pp. 99-102

[6] “Sobre a nossa língua”, em Problemas da Língua Galega, Sá da Costa Editora, 1981, pp. 19-21, conferência no Clube Linguístico da Crunha, 7 fevereiro 1979

[7] “O português na Galiza”, em Letras galegas, AGAL, pp. 24-25, 1984 (texto de 1983)

[8] “Entrevista com o professor Dr Ricardo Carvalho Calero”, por Ramom Reimunde, revista O Ensino, nos 18-22, 1987, Homenagem ao professor Carvalho Calero, pp. 14-17

[9] “A fala do escritor galego”, em Letras galegas, 1984, AGAL (conferência em 23 maio 1983), pp. 18-19

[10] “Evoluçom histórica da língua galega”, Letras galegas, 1984, AGAL, p. 30

[11] “Sobre dialectologia do galego”, C. Calero, em Problemas da Língua Galega, Sá da Costa Editora, 1981, p. 121, antes em revista Grial, no 61, 1978

[12] “Isolamento e colaboraçom”, em “Da fala e da escrita”, Galiza editora, Ourense, 1983, p. 122; também “Nom estamos sós” em “Rianjo, Viojo, Gesteira”, ibid., p. 138, antes no jornal La Voz de Galicia, 6 janeiro 1978

[13] em “Conversas en Compostela con Carballo Calero”, M.A. Fernán-Vello/F. Pillado Mayor, Eds. Sotelo Blanco, 1986, p. 178

[14] ibid., p. 182

[15] ibid., pp. 218-220

[16] ibid., p. 224

[17] ibid., p. 233

[18] ibid., p. 239-240

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Joan Coromines“unificação ortográfica galego-portuguesa”[1]

[1] “Sobre a unificación ortográfica galego-portuguesa”, J. Coromines, revista Grial, no 53, 1976, pp. 277-282 (depois em Vol I de Linguística e Sócio-linguística Galaico-Portuguesa, Temas de O Ensino, nos 4/5, 1985, pp. 71-75); Coromines já deixara clara antes a sua atitude a respeito da pertença do galego à lusofonia, no seu Diccionario crítico etimológico de la lengua castellana

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J.R. Rodrigues Fernandes (“galaico-português[1]; também “regeneracionismo”)

[1] carta de J.R. Rodrigues Fernandes (“Moncho de Fidalgo”) sobre o “Galaico-português” ao semanário Tempo de Lisboa, publicada em 19 outubro 1978, à que respondeu M. Rodrigues Lapa no 23 novembro 1978

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Ramom Sarmiento:(“regeneracionistas”)[1]

[1] “Sentimento e ideologia sobre a língua galega no Ressurdimento”, I Congresso Internacional da Língua Galego-Portuguesa na Galiza, Ourense, 20-4 setembro 1984

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Isaac Alonso Estraviz: “Tentar, por tanto, uma ortografia própria para o galego independente da portuguesa, obedece a uma ignorância imperdoável, a um infantilismo linguístico, a um nacionalismo irracional ou a uma manipulação dos servidores do colonialismo para levar a cabo a morte do galego em Galiza”[1]; “a normativa do ILG-RAG é uma cópia fonética das variantes populares existentes na Galiza e Portugal. Um afã de querer elevar a rango literário o que é um fenómeno popular e um querer demonstrar-nos que Galego e Português são diferentes. Infelizmente, a normativa do ILG-RAG é a soma de variantes dialectais portuguesas”[2]; “O galego não precisa fundir-se com o português […] pois o galego é português e o português é galego […] Pessoalmente, sou partidário de aceitar a norma ortográfica portuguesa plenamente, porque ela responde à nossa história comum e porque resolve adequadamente todos os problemas que surgem quando se trata de normativizar o galego. É vantagem que têm as ortografias históricas que, sendo comuns para todos, permitem diversas realizações nas falas comarcais ou individuais […] Devem-se respeitar, portanto, no relativo a Galiza, as soluções hoje imperantes a respeito da contracção da preposição por e o artigo: polo/pola (própria também dos falares portugueses) frente à padrão portuguesa pelo/pela (ainda que em textos medievais redigidos em território galego fosse tanto ou mais frequente pelo/pela que polo/pola)”[3]; “Se se admite que galego e português é o mesmo idioma, não se concebe muito bem o falar umas vezes do português falado na Galiza e outras dos idiomas galego e português, e mesmo do galego, português e brasileiro. Que um galego chame ao português que fala na Galiza galego ainda tem sentido por mero sentimentalismo. Ora para um português será sempre português bem ou mal falado. Para evitar essas incoerências convém falar de Língua, Idioma ou Diassistema ao conjunto de falares no mundo lusófono e falas às distintas variedades locais.”[4]; “Todas as particularidades fonéticas e morfológicas que se dão em Portugal, dão-se, em maior ou menor medida, na Galiza. E todas as particularidades existentes na Galiza, existem, em maior ou menor proporção, também em Portugal […] Por tanto, para mim, trata-se de ressuscitar uma ortografia que também foi nossa, e isto por muitas razões. Entre elas a de escolher uma das normas existentes antigamente, por razões de rentabilidade”[5]; (utiliza também a expressão “lusistas-reintegracionistas”[6]).

[1] “Achegas sobre o verbo galegoportuguês ‘dezer’”, I. Alonso Estraviz, revista O Ensino, nos 18-22, 1987, p. 209

[2] “Variantes dialectais portuguesas normativizadas no Galego do ILG-RAG”, I. Alonso Estraviz, III Congresso Internacional da Língua Galego-Portuguesa na Galiza, Actas, 1993, p. 61

[3] “Qual a ortografia para a Galiza?”, I. Alonso Estraviz, revista NÓS, no 1, 1986, pp. 20-22 (sublinhados do autor)

[4] “A Galiza, os galegos e a língua segundo Rodrigues Lapa”, revista Agália, no 53, 1998, p.15

[5] “Sobre ortografia galega, Grial, no 62, 1978, pp. 477-479, depois em Vol I de Linguística e Sócio-linguística Galaico-Portuguesa, Temas de O Ensino, nos 4/5, 1985, pp. 111-112

[6] correspondência particular a C. Durão, 1995

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Jenaro Marinhas (derradeiro Presidente das IF históricas): “ouvi-lhe comentar ao querido e admirado Filgueira Valverde que os galegos soemos topar mais dificuldades em aprender a falar bem o português que os próprios castelhanos. Isto é certo: nom aprendemos a falá-lo bem porque já o falamos; mal, pero já o falamos; igualmente que andaluzes e estremenhos que podem pronunciar correctamente inglês ou francês, nom conseguem aprender a falar bem o castelhano: é porque já o falam; mal, pero já o falam”[1]; “Já não se trata, portanto, de irmanarmo-nos numa fala, trata-se melhor de irmanar diversas falas, as diversas falas que têm por padrão a língua portuguesa”[2].

[1] “Linguagem e literatura”, J. Marinhas, revista Agália, no 1, 1985, p. 38

[2] “Discurso de encerramento do Congresso do Presidente das Irmandades da Fala históricas”, J. Marinhas, Atas do Congresso Internacional ‘A Língua Portuguesa no Mundo’[…]”, revista NÓS, nos 29-34, 1993, p. 16

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Domingos Prieto“várias variantes pertencem a uma mesma língua, do ponto de vista fonológico, quando estas variantes compartem a mesma representação morfemática. Pelo demais, as regras fonológicas que projetam o nível morfemático no nível fonemático e fonético, assim como estes dous últimos níveis, podem ser mais ou menos diferentes para cada variante./ Este é o caso das variantes oralmente autónomas do galego-português: todas compartem a mesma representação morfemática do ponto de vista fonológico e se queremos ser coerentes temos que respeitar esta mesma representação graficamente. Pouco importa que cada variante em particular tenha níveis fonemáticos e fonéticos diferentes das outras variantes; as regras próprias a cada uma delas permitem-lhes passar sistematicamente do nível morfemático ao nível fonemático e fonético, e estas regras e estes níveis não têm porque figurar no sistema ortográfico”[1]; “O rendimento dum sistema de comunicação mede-se pela sua capacidade em representar sistematicamente todas as palavras (e não as variantes das palavras) com um número limitado de símbolos gráficos. Para consegui-lo o sistema representa unicamente os traços idiossincráticos de cada palavra (os traços que não podem ser derivados por meio de regras fonológicas […]). Os traços que não são idiossincráticos (que podem ser derivados por regras) não têm porque ser representados./ Em concreto, as palavras podem mudar de forma segundo a sua posição na oração (por exemplo a preposição a contrai-se com outras palavras dando lugar a formas muito diferentes […]) mas todas estas formas podem ser derivadas pelas regras inerentes ao galego e não têm porque ser representadas graficamente (assim representar as palavras ao como ó ou ò, não somente é uma redundância […] mas também deformação gráfica inútil da nossa língua”[2]; “A hegemonia do Sul sobre o Norte depois da separaçom da actual Galiza e de Portugal, traduziu-se logo na hegemonia lingüística do dialecto colonial sobre o dialecto metropolitano, como actualmente se poderia traduzir, seguindo esta mesma lógica, na hegemonia lingüística do brasileiro sobre o português comum europeu, sobre o galego, etc.”[3]

[1] “Níveis de representação fonológica e gráfica: reintegracionismo e isolacionismo”, D. Prieto, Lingüística e Sócio-Lingüística Galaico-portuguesa, Temas de O Ensino, Vol I, nos 4/5, 1985, pp. 82-83

[2] “Evolução cientifica e nova ortografia”, D. Prieto, Linguistica, Sociolinguistica e Literatura Galaicolusobrasileira e Africana de expressão portuguesa, Vol III, Temas de O Ensino, nos 11-12-13, 1987, pp. 46-47 (sublinhados do autor)

[3] “Teoria fonológica e fonologia do galego”, D. Prieto, II Congresso Internacional da Língua Galego-Portuguesa na Galiza, Actas, 1989, p. 292

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Luís Polanah“[o galego] Fora das suas fronteiras etnico-políticas (na Galiza) não tem qualquer utilidade nacional e cultural, a não ser de forma muito dispersiva para os naturais que a falam e andam emigrados dentro da Espanha ou fora dela. As suas maiores possibilidades de acolhimento e inserção cultural encontram-se em toda a rota de expansão da língua portuguesa, a começar pelo português que lhe é vizinho. […] Cabe a Portugal facilitar esse reingresso na comunidade lusófona”[1].

[1] “A língua galega e as línguas étnicas africanas”,professor L. Polanah, O Ensino, nos 18-22, 1987, p. 225 (itálicas do autor)

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José Saramago: “praticamente falamos a mesma língua”[1]; “a verdade é que o galego não tem outra maneira de defender-se do castelhano, senão aproximando-se do português”[2].

[1] Entrevista com José Saramago, revista Folhas de Cibrão, no 2, 1989, p. 20.

[2] ibid., p. 25.

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Mª Rosa da Rocha Valente“Por Galiza resto e resistencia entendo e delimito o Grupo Geracional da Lusofonia que vem das Irmandades da Fala historicas e do seu portavoz a revista NÓS. Grupo hoje reinvestido de uma força nova e nova luz.”[1]

[1] “Das Irmandades da Fala à Lusofonia da Galiza atual”, professora Mª R. da Rocha Valente, Ressurgimento Galego Essa Lusofonia, Temas de O Ensino, Vol VI, 1990, nos 21-26, p. 37 (grafia do Acordo do 86)

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Leodegário A. de Azevedo Filho“os caminhos do reintegracionismo são os únicos que podem garantir ao idioma galego a sua própria sobrevivência”[1]; “Assim, é rigorosamente a mesma a origem lingüística do galego e do português, não havendo separação entre eles na poesia medieval cultivada pelos trovadores e jograis daquela época. […] se o galego é um dialeto rural do português, a sua norma culta só pode ser a portuguesa. Afinal, o português de nossos dias não pertence apenas a Portugal […] a reintegração ou reincorporação total da Galiza no seu mundo lingüístico próprio, mundo de que ela é a própria matriz histórica […] com ampla e evidente expansão cultural do galego, seria a melhor solução do problema. […] sem reintegrar-se no sistema luso-brasileiro, num processo de revitalização, jamais conseguirá expressão culta e literária […] no lugar de recuperação do idioma, talvez seja melhor falar em sua revitalização”[2].

[1] discurso de abertura, I Congresso Internacional da Língua Galego-Portuguesa na Galiza, Actas, p. 22, AGAL, 1986

[2] “A situação atual da língua galega”, conferência no Círculo Lingüístico do Rio de Janeiro, 1985, reproduzida na revista NÓS, nos 7-12, 1988, pp. 96-110

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Gladstone Chaves de Melo“É preciso abandonar de vez a idéia naturalista e romântica de que o único artífice das línguas é o povo.[…] só o povo é dono e modelador da língua? Qual povo? […] concluamos que a língua é a mesma e que podemos, tranqüilos, passar do ‘diassistema’ ao ‘sistema’[1]; emprega também a expressão “reintegração galego-portuguesa”[2].

[1] “Em defesa da reintegração”, III Congresso Internacional da Língua Galego-Portuguesa na Galiza, Actas, 1993, pp. 91, 92, 96

[2] “A Reintegração Galego-Portuguesa”, conferência pronunciada na Confederação Nacional do Comércio e publicada em revista Carta mensal, Rio de Janeiro, no 305, ano XXVI, agosto 1980, pp. 33-44, por Gladstone Chaves de Melo; reproduzida em Temas de O Ensino, nos 4/5 , Braga, 1985, pp. 41-56

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Sílvio Elia“Vemos, pois, que para a Profª Henríquez Salido não haveria, a rigor, uma língua galega e sim uma norma-padrão galega, dentro do sistema lingüístico galego-português. A minha posição é a da existência de um sistema lingüístico galego-português, historicamente realizado como “domínio lingüístico galego-português”. Por motivos político-militares, houve, em certo momento da história, uma separação (não cisão) entre o galego e o português […] Língua, tanto numa perspectiva (sic) estruturalista, quanto um enfoque sociolingüístico, realmente o galego não o é, pois a língua de fato historicamente existente é o galego-português. A questão desloca-se, assim, para o plano cultural, onde, só por extensão, se poderia atribuir ao galego a condição de “língua”[1].

[1] “A posição do galego no domínio das línguas ibéricas”, S. Elia, III Congresso Internacional da Língua Galego-Portuguesa na Galiza, Actas, 1993, p. 131

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Evanildo Bechara“há sempre um descompasso entre o que se pronuncia e o que se escreve […] O problema se torna mais agudo, quando a língua serve a países diferentes, como é o caso da nossa, que está a serviço de brasileiros, galegos, portugueses e das recentes nações africanas. Não ocorrem complicações maiores, porque a ortografia é fonêmica, e não fonética, isto é, não se preocupa com registar variedades de fala […] Entretanto, brasileiros e portugueses divergiram em pequenos pontos que agora os governos, pelas suas Academias, e os representantes das jovens nações africanas de língua portuguesa além dos galegos querem ver unificados. Tal intento é perfeitamente exequível, sem se perder de vista que unidade ortográfica não significa conformidade de língua se bem que uma língua histórica não deve ter mais de uma ortografia”[1]. “Falar em reintegracionismo do galego é do ponto de vista lingüístico algo pleonástico porque não se pode reintegrar algo que nunca deixou de integrar. /E do ponto de vista lingüístico o galego é uma vertente desta realidade da língua histórica que se chama língua comum, que é o grande guarda chuva ideal, modalizado pela cultura que abriga todas as variedades lingüísticas de todos os quadrantes geográficos em que essa realidade maior que se chama língua portuguesa é falada e é escrita. /De modo que do ponto de vista lingüístico, o galego nunca se separou do português como uma entidade que pertence a essa realidade histórica que caracteriza uma língua de civilização e de cultura como é o português.”[2]; “Foi este falar comum à Galiza e ao território portucalense que o processo da Reconquista propagou em direção ao sul, sobrepondo-se aos dialetos moçárabes aí correntes. […] Até o séc. XV, segundo Orlando Ribeiro, o Minho ainda não constituía limite lingüístico entre o galego e o português.

O português, na sua feição originária galega, surgirá entre os séculos IX-XII, mas seus primeiros documentos datados só aparecerão no século XIII; o Testamento de Afonso II e a Notícia de Torto. Curiosamente, a denominação “língua portuguesa” para substituir os antigos títulos “romance” (“romanço”), “linguagem”, só passa a correr durante os escritores da Casa de Avis, com D. João I. Foi D. Dinis que oficializou o português como língua veicular dos documentos administrativos, substituindo o latim.”[3]

[1] “Da nossa ortografia”, E. Bechara, I Congresso Internacional de Literaturas Lusófonas, em Homenagem a Rodrigues Lapa, Celso Cunha e Carvalho Calero, setembro 1991, Santiago, NÓS, Revista da Lusofonia, Pontevedra-Braga, 1990/91, nos 19-28, pp. 49-50

[2] Primeiras palavras da sua intervenção na sessão de Inauguração da AGLP, Santiago, 8 outubro 2008

[3] Evanildo Bechara, “Moderna Gramática Portuguesa”, Editora Lucerna Rio de Janeiro, 2005, p. 24

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Salvato Trigo“O Minho, com suas terras e com suas gentes, reservou, desde muito cedo, lugar na literatura que se exprime neste idioma, que nos moldou o carácter e predispôs a alma de “cavaleiros andantes” em busca do mundo. Idioma, que nos uniu na Galécia, sem nos apagar totalmente os rastos celtas que nos imprimiram o acrisolado amor ao torrão natal de que a saudade é a expressão eloquente. […] Idioma, em fim, que, apesar de alguns ventos contrários, nos fez reencontrar a nós, galegos e portugueses, nos caminhos da História que os gerou”[1]; “[…] um galeguista como eu, que muitas vezes afirmo e sempre assumo a minha galeguidade do sul, de entre Minho e Lima […]”[2].

[1] “O Minho da literatura galaica e portuguesa”, II Congresso Internacional de Literaturas Lusófonas, setembro 1993, Santiago, NÓS, Revista da Lusofonia, Pontevedra-Braga, 1994, nos 35-40, p. 31

[2] Salvato Trigo, Univ. Porto, “Oliveira Guerra: a convicção das raízes célticas”, p. 203, NÓS, Revista Internacional da Lusofonia, nos 51-58, Ponte Vedra-Braga, 1996-1998

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José Maria da Costa e Silva«Portugal e a Galliza falaram sempre a mesma língua; e a historia testefica esta asserção. Todos os antigos escriptores hespanhoes chamam língua gallega, ou língua portugueza, ao idioma das duas nações; d’aqui vem que Macias el Enamorado é contado por uns entre os Poetas Gallegos, e por outros entre os Poetas Portuguezes; daqui vem dizerem uns que El-Rei D. Affonso, o Sábio, escrevêra grande número de cantigas para musica em Gallego, ao passo que outros dizem que foram escriptas em Portuguez, mas a verdade que todos dizem a mesma cousa, usando de denominações differentes./ Mas qual é a razão, perguntará alguem, porque o mesmo idioma apparece tão outro na boca das duas nações de quem elle é a linguagem natural ? A razão é mui fácil de deduzir. Portugal constituio-se reino sobre si, teve, e tem tido independencia, e litteratura; Galliza ficou sempre provincia de Hespanha. Portugal poude por isso cultivar a sua lingua, regularisa-la, opulenta-la com muitos vocabulos latinos, gregos, e de outras nações, apurar a sua syntaxe, e tornar flexivel, e harmoniosa a sua prosodia. Galliza, que nunca teve independencia, nem litteratura propria, não poude fazer outro tanto; os homens sabios, que tem produzido, escreveram em castelhano; a lingua popular circumscripta aos usos caseiros, e ás necessidades do vulgo, foi condemnada a ficar na sua rudeza, e na sua barbarez primittiva; de que só poderá sahir, si por algum caso inesperado tornar a unir-se comnosco[1]

[1] Ensaio Biographico-Critico sobre os Melhores Poetas Portuguezes, Cap II. «Da Língua Portugueza, e da sua índole», 1850 (http://books.google.co.uk/books?id=iMEGAAAAQAAJ&dq=Ensaio+Biographico-Critico&printsec=frontcover&source=bl&ots=zkTARZm4_O&sig=IJI0Gf7R89yNRja46-b-mq6k1Ak&hl=en&ei=KkX9SqfaCs-24QbK2vn1Cw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=4&ved=0CBUQ6AEwAw#v=onepage&q=&f=false)

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Jürgen Schmidt-Radefeldt“o galego, variedade dialectal do antigo galaico-português, sintagmaticamente perto do português mas foneticamente mais próximo do castelhano”[1]

[1] J. Schmidt-Radefeldt, “Aspectos de interferência lingüística. O exemplo do galego”, revista Agália, no 22, 1990, p. 149 (grifo do autor)

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Eugenio Coseriu [1]: “a pesar de que durante siglos no ha habido contactos efectivos, el gallego y el portugués siguen perteneciendo al mismo conjunto, al mismo continuum lingüístico […] Históricamente, el portugués es el gallego de la Reconquista y es hasta hoy, en todas sus formas, la continuación de ese gallego. Esto vale también para el portugués literario y común en su relación con el gallego literario medieval, pues la tradición de este gallego ha sido adoptada y continuada por la lengua literaria portuguesa. Se trata, por tanto, del caso, bastante raro en la historia de las lenguas, de una lengua que, precisamente en la forma que se difunde y se constituye en lengua común y gran lengua de cultura, se llama con otro nombre: ya no gallego, sino portugués”[2]; “provavelmente um estudo deste tipo, uma semântica estrutural do galego e do português chegaria à conclusão de que o sistema básico é o mesmo no galego e no português e que as distinções, as oposições básicas, os traços diferenciadores são os mesmos, mas há, como dizia o nosso amigo Leodegário, diferença de norma, como há também diferença de norma entre o português de Portugal e o português do Brasil e também no português de várias regiões de Portugal e no português de várias regiões do Brasil”[3]; “Una lengua no se impone por decreto”[4]; “a ninguém se pode impor por decreto uma língua. A língua é sempre um saber e o verbo saber não se conjuga no imperativo”[5]; “desde el punto de vista puramente lingüístico, el límite entre las “lenguas” es convencional, como también lo es el límite entre los dialectos: depende de las isoglosas que se consideren, pues casi no hay isoglosas que coincidan exactamente en un determinado territorio”; “lengua” se llama, o se puede llamar, cualquier sistema de isoglosas”[6]; “não são [a maioria das inovações poéticas] quase sempre violações ou ampliações da norma, permitidas pelo sistema?”[7]; “existem em cada língua oposições constantes e peculiares, tanto entre as invariantes quanto entre variantes normais, com a diferença de que as oposições entre invariantes são funcionais, enquanto que as oposições entre variantes não têm esse caráter, mesmo não sendo nem indiferentes nem arbitrárias na língua dada”[8]; “o sistema é um conjunto de oposições funcionais; a norma é a realização “coletiva” do sistema, que contém o próprio sistema e, ademais, os elementos funcionalmente “não-pertinentes”, mas normais no falar duma comunidade; o falar (ou, se se quer, fala) é a realização individual-concreta da norma, que contém a própria norma e, ademais, a originalidade expressiva dos falantes./ O sistema é sistema de possibilidades, de coordenadas que indicam caminhos abertos e caminhos fechados: pode ser considerado como conjunto de “imposições”, mas também, e talvez melhor, como conjunto de liberdades, pois que admite infinitas realizações e só exige que não se afetem as condições funcionais do instrumento lingüístico: mais que “imperativa”, sua índole é consultiva. […] A norma é, com efeito, um sistema de realizações obrigadas, de imposições sociais e culturais, e varia segundo a comunidade”[9]; “é legítimo interpretar foneticamente as vogais nasais do português cindindo-as em vogal+arquifonema nasal”[10].

[1] Eugen Coşeriu era o seu nome romeno; assivana Eugenio Coseriu os seus trabalhos na filologia hispânica

[2] “El gallego en la historia y en la actualidad”, E. Coseriu, II Congresso Internacional da Língua Galego-Portuguesa na Galiza, Actas, 1989, p. 800

[3] “Novos rumos da semântica”, III Congresso Internacional da Língua Galego-Portuguesa na Galiza, Actas, 1993, E. Coseriu, p. 100

[4] palavras pronunciadas na nomeação de Coseriu como Dr honoris causa, 25 março 1995, Aula Magna no 13, Universidade de Vigo

[5] entrevista a E. Coseriu no Suplemento de La Voz de Galicia, 28 março 1995

[6] Coseriu, Eugenio (1983), Introducción a la lingüística. Universidad Nacional Autónoma de México

[7] Coseriu, Eugenio, “Teoria da linguagem e lingüística geral”, Presença, Universidade de São Paulo, 1979, pp. 50-51

[8] op. cit., p. 54

[9] ibid., p. 74 (negritos do autor)

[10] ibid., p. 122

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Mª do Carmo Henriques Salido“Labov nos seus trabalhos manifesta que a “norma” é parte constitutiva da estrutura sócio-lingüística e que sem ela essa estrutura desaparece […] A Assembleia do “Congresso Internacional da língua Portuguesa no mundo”, celebrado em Lisboa em 1983, recolheu, entre outras esta proposta: “I.-Atendendo à situação dos estudos linguísticos, o Congresso reafirma a tese de que o Galego e o Português são normas cientificamente reconhecidas de um mesmo sistema, que engloba as comunidades linguísticas luso-galego-brasileiro-africanas”[1]; “A primazia do “espírito de campanário” é exponente de complexo provinciano e rústico; corresponde-se, porém, com o “novo” processo assimilacionista do galego, subsidiário do projecto nacional espanhol, embora os seus promotores revistam os seus textos de separatismo lingüístico, aparente a respeito do castelhano, real a respeito do português, que envolvem em retórica patrioteira inconsistente. Em síntese, constitui umha manobra manifesta para substituir o idioma nacional da Galiza polo espanhol”[2]; “lembraremos que a língua real se pode conceber satisfactoriamente como umha instituiçom em equilíbrio nom estático mas dinâmico e a que só por exigência de estudo se imagina como detida. Isto é, dentro do constante constituir-se ou conformar-se de umha língua histórica, cabe detectar um determinado estado de língua, um momento que, por necessidades de estudo, abstraímos do contínuo devir. E neste momento o que se observa é a existência de “variedades” entrecruzadas que, como variedades, remetem a umha invariante fundamental chamada diassistema. Assim, o que se denomina normalmente “língua espanhola”, “língua galego-portuguesa” e “língua catalá”, som, observadas desde um determinado estado de língua, os diassistemas gerais que presidem aos diferentes sistemas lingüísticos cujas diferenças, vistas desde o respectivos diassistemas, nom som mais que variantes”[3].

[1] “Problemática da língua Galego-Portuguesa na Galiza”, Mª do C. Henriques Salido, comunicação ao I Congresso Internacional de Lusitanistas, Poitiers, 1984; recolhido em O Ensino, nos 18-22, 1987, p. 236, e p. 238, nota 9, respetivamente

[2] “A Galiza resiste”, Mª do C. Henriques Salido, revista Agália, no 14, 1988, p. 186

[3] “O “nosso” mestre Joan Coromines, um grande cientista e um grande patriota”, Mª do C. Henriques Salido, revista Agália, no48, 1996, p. 421

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Ângelo Cristóvão Angueira“Deve deixar-se bem claro que, apesar de manipulações políticas, o galego não é nem será nunca uma língua regional da Espanha […] Não é uma língua minoritária, pois é falada atualmente por cerca de 200 milhões de seres nos cinco continentes./ A nossa língua é, sem embargo, minorizada no território administrativamente espanhol. Neste jogo da minorização a primeira culpável é a consideração do galego como língua diferenciada da portuguesa […] Esta auto-exclusão, denominada na Galiza isolacionismo é, sem lugar a dúvidas, o intento histórico mais elaborado do regionalismo espanhol por suprimir definitivamente a comunidade lusófona da Galiza, reduzindo o problema ao nível das denominadas “minorias linguísticas da Europa” […] / O problema da língua portuguesa na Galiza não é, pois, exclusivo domínio dos linguistas e filólogos universitários espanhóis […] nem das universidades galegas: é também, em boa medida, assunto da comunidade científica internacional e responsabilidade moral e legal dos Estados em que se fala qualquer das variantes da nossa língua. Dentre eles, nomeadamente, a República Portuguesa”[1]; “o nacionalismo galego compartilha a ideologia espanhola. Começando polos aspectos mais patentes, “recebe” a distribuição territorial da Galiza nas quatro províncias espanholas […] Também o nacionalismo galego não tem claro se a Galiza fala português ou galego, como língua diferente, como se evidencia nos intentos de elaborar uma “nova” ortografia para o português da Galiza em vez de tomar singelamente o português comum”[2]; “a disputa sobre o modelo de língua para o português da Galiza só pode resolver-se com a aceitação generalizada das convenções gráficas da língua comum, e a assunção do discurso da unidade como garante da unidade e do futuro, conjugado com o reconhecimento das pronúncias, os sotaques, as especificidades lexicais e também, se for o caso, verbais, que têm o seu lugar de expressão privilegiado na literatura”[3]; “Se o português é língua nacional é porque existe a Nação Portuguesa. É evidente. O que não resulta tão evidente para alguns nacionalistas galegos é que a única nação galega que existe se chama Portugal, e que a nação galega não existe propriamente. A nossa afirmação não necessita demonstração. O que é preciso provar é justamente o contrário, que existe a nação galega, quer diferenciada da portuguesa, quer diferenciada da espanhola.[…] Se preferível, dir-se-á que não há uma nação galega diferente da nação portuguesa, dentro do território político espanhol […] É claro que os galegos, considerados no território político espanhol, isto é, as quatro províncias da Corunha, Lugo, Ourense e Ponte-Vedra, mais os territórios limítrofes desagregados em 1833, constituímos una nacionalidade com características étnicas e nomeadamente lingüísticas, diferenciadas, o que até é reconhecido de alguma forma pola legalidade vigente espanhola emanada da Constituição de 1978. Mas a respeito de Portugal, tais características poderiam considerar-se simples e lógicas diferenças regionais, esperáveis em todas as culturas. Assim pode e deve afirmar-se que nada do que os galegos temos de essencial e definitório, em cultura, língua, tradições, etc., é alheio aos portugueses, apesar de ter sido tamisado ou deturpado -que não “livremente evoluído”- através da história e a influência castelhana./ Não existem razões de peso para defender a promoção de uma nação galega diferente da portuguesa”[4]; “língua galega ou portuguesa”[5]; “Pretendemos uma instituição nacional galega criada por iniciativa da sociedade civil, independente dos organismos do estado. Uma AGLP presidida por princípios de responsabilidade e rigor no trabalho, integrada por aquelas pessoas que mais têm apoiado a lusofonia galega, através de diversas formas como a docência, a investigação, a criação literária ou o ativismo cultural. Uma entidade que recupere e ponha em valor o nosso património linguístico e literário, ora maltratado, ora esquecido, ora deturpado”[6].

[1] “Language Planning: atitudes”, Â. Cristóvão Angueira, revista NÓS, nos 19-28, 1991, Atas do I Congresso Internacional de Literaturas Lusófonas, p. 387

[2] Colóquio, II Congresso Internacional da Língua Galego-Portuguesa na Galiza, Actas, 1989, p. 747

[3] Prólogo, V Colóquio Anual da Lusofonia, 2006, Bragança (recolhido em Galiza: Berço da Lusofonia); Semana da Galiza, Braga, 2006

[4] “Nacionalismo galego: questões a debater”, revista Agália, no 26, 1991, p. 239; itálicas do autor

[5] “Umha escala de atitudes perante o uso da língua”, revista Agália, no 14, 1988, p.157

[6] Palavras de apresentação da AGLP em 1 dezembro 2007 (http://aglp.net/index.php?option=com_content&task=view&id=20&Itemid=28

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Fernando Vázquez Corredoira“Pode-se formular, como princípio geral, que o carácter distintivo e delimitador da ortografia é singularmente evidente nas situações de contacto linguístico em que os utentes de uma das línguas sentem a necessidade de marcar a distância em relação à outra e que esta necessidade é tanto mais premente quanto menor a distância estrutural entre as línguas em contacto.”[1]

[1] “A construção da língua portuguesa frente ao castelhano. O galego como exemplo a contrario”, F. Vázquez Corredoira, Edicións Laiovento, Santiago de Compostela, 1998, p. 11

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Xavier Vilhar Trilho“A codificação espanholizadora do galego nega-lhe a este o caráter de língua nacional na medida em que o converte numa simples língua “regional” do Reino da Espanha, num dialeto do espanhol, numa espécie de castelhano antigo ou de português aldeão. Esta normativização, que isola o galego do português, desintegra o galego, ao desagregá-lo da comunidade linguística lusófona, da que faz parte, e ao facilitar a conversão do mesmo num dialeto do espanhol. A estandardização espanholizadora do galego priva ao galego da função de língua de cultura na medida em que o desvincula da própria tradição cultural dos cancioneiros líricos medievais galego-portugueses, na medida em que também o desliga da literatura portuguesa e brasileira (a forma mais culta, mais “cultivada” do galego), na medida em que não se serve do léxico científico já acunhado no português, que segue a orientação erudita das restantes línguas românicas.”[1]; “O reintegracionismo e/ou lusismo ortográfico não precisa de intervenção dos poderes públicos autonómicos para se impor socialmente. Ao lusismo ortográfico bastar-lhe-ia usufruir na Galiza de condiç ões de igualdade com o oficialismo isolacionista, viver com ele numa situação de competência não desleal, sem discriminações legais, para se consolidar socialmente, porque não esquece que o passado do galego são os cancioneiros líricos medievais galego-portugueses e sabe que o seu futuro está na lusofonia”.[2]

[1] “A recíproca conveniência de a Galiza e Portugal levar a termo algum tipo de unificação política”, X. Vilhar Trilho, 2003 (http://www.lusografia.org/xaviervilhar.htm e http://www.portugaliza.net/numero0/boletim00nova02.htm), e em R. C. Lois González e X. Constenla Veja (coords.), Galiza e Portugal: reflexións territoriais sobre a franxa atlântica ibérica, Edicións Laiovento, em imprensa

[2] “Proposta de armistício para a guerra das normas ortográficas do galego com motivo da aplicação do Acordo Ortográfico lusófono de 1990”, II Congresso Internacional de Literaturas Lusófonas, NÓS, nos 35-40, 1994, p. 160

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António Gil Hernández“Prevê-se, com quase total segurança, que nem os poderes públicos do Estado, como a “Xunta” e o Parlamento, nem as autoridades académicas e culturais, como a Universidade ou o “Consello da Cultura Galega”, levarão adiante a normalização dos usos do galego […] O futuro do galego, está bem claro se o galego tem futuro, não pode ser outra cousa que reintegracionista. Quando os galegos conheçam o seu passado linguístico, quando conheçam as afinidades com o português e brasileiro e quando vejam as possibilidades que um decidido acercamento à normativa luso-brasileira pode aportar a um galego normalizado, não se preocuparão de escolher como normativas formas que tenham uns quilómetros quadrados mais de extensão ou uns milhares mais de falantes. Escolherão, para a escrita, aquelas formas que permitam uma melhor comunicabilidade entre galegos, portugueses e brasileiros. E aí está o futuro, isso é reintegracionismo […] Nós entendemos que a fidelidade à tradição escrita implica a recuperação das formas, tanto ortográficas e morfológicas como léxicas, legítimas do galego, baseada no confrontamento das falas actuais com a história da língua. […] Com isto mantemos aberta a via recuperacionista (reintegracionista), inaugurada pelos autores das Irmandades da Fala, Geração Nós e Seminário de Estudos Galegos, entre outros, preferindo e recuperando todas as formas galegas tradicionais que hoje podem mesmo não estar vivas nas falas ou são minoritárias, porque estão suplantadas pelas espanholas […] Partindo destes princípios o resultado será, sem dúvida, uma normativa de escrita correcta bem diferente às Normas ILG-RAG, substancialmente comum com a luso-brasileira (o que permite a intercomunicação escrita sem esforço suplementar) e fiel ao verdadeiro galego. Deste modo recuperamos o que realmente é património do povo galego”[1]; “Na Galiza o processo “normalizador” do galego parece limitar-se, cada vez mais declaradamente, a actos de governo junto com atitudes e condutas de Notáveis, possuidores dalguma parcela de poder (académico ou político), cujo fim quase único é impor o conhecimento da normativa gráfica oficial […] A normativizaçom do galego, em última instância, está a servir para a sua assimilaçom definitiva na língua nacional do Estado espanhol”[2]“a unidade grafica garante a unidade de lingua e a unidade de lingua garante, pola pratica comunicacional, a coesão dos falares; neste suposto entendemos que há Comunidade Linguistica./ […] o diferencialismo grafico é o que se acha já ao serviço do projeto nacionalista espanhol […] Não é outro o motivo nem o objeto do separatismo oficializado do galego escrito a respeito do português padrão./ O diferencialismo grafico pode obedecer a questões apresentadas como “de estrategia” ou/e “de tacticas”. Porém, esses procederes amostram de facto uma atitude de vencidos prematuros, politica e cientificamente.”[3]; “Ao meu razoado parecer, a única resposta viável, por verificada, por universalizante no tempo e no espaço, por tradicional e por respeitosa com o processo histórico “clínico”, seguido contra a Comunidade Lusófona da Galiza (espanhola) é singelamente o português, graficamente unificado em 1990 e oralmente diferenciado nas normas portuguesas (lisboeta e coimbrã), brasileiras (paulista, do Rio, do Norte e do Sul), luso-africana (angolana, moçambicana, etc.) e, entre elas, a galega, ainda por definir”[4]; “numa primeira acomodação glotopolítica do conceito, digo que a maioria dos dirigentes, presumíveis galeguizadores, se acha incluída no conjunto da notabilidade espanhola de modo que, individual e involuntariamente, se conduzem como “notabiliños” ou notáveis secundarizados cuja ação primária na Galiza é inconscientemente verificarem e estenderem entre os cidadãos galegos, sob matizações “regionalistas”, o projeto nacional espanhol. Quer dizer, o seu alvo não expresso é, até hoje e com toda a segurança em adiante, integrarem os homens galegos no processo nacionante do Reino da Espanha, que se exprime em só castelhano (não nos esqueça)”[5]. “É bem conhecido o meu posicionamento a respeito de la questione della lingua galega: 1. O galego literário está já elaborado no português “acordado” em Lisboa (1990). Basta com incluir, completando os propostos, os galeguismos fónicos, sintáticos e sobretudo léxicos. / 1.1. Estabeleça-se a ORTOFONIA galaica./ 1.2. Assinalem-se as PECULIARIDADES SINTÁTICAS. Considero que as apresentadas habitualmente como morfológicas são em definitivo fónicas; v.g. (grafia) -ão>(pronúncia) -om./ 1.3. Elabore-se o dicionário de galeguismos a integrar no dicionário lusofónico./ 2. O objetivo é estender o conhecimento dessa forma gráfica das falas galegas. […]”[6]; “os Notáveis galegos, pretensos nacionalizadores, obedecem demais, submissos até ao aviltamento, as instruções da Notabilidade espanhola, decerto já nacional, que desde as Instituições do Estado-Nação (por interposição, com frequência demais, de aqueles notáveis galegos), lhes ordena que nem imaginem sequer mudar o estado de cousas, outrora factualmente recebido, hoje declarado de iure constitucional; enquanto também procuram obedecer-lhes essoutras instruções por que, ao abrigo da nova legalidade fundamental (a mesma que impede qualquer mudança) se sentem, ao próprio tempo, obrigados a mudarem esse mesmo estado de cousas. […] a notabilidade espanhola vinculou antano e hogano continua poderosamente a vincular com duplo ligame os cidadãos galegos, sobretudo aqueles que puderem tornar-se em agentes da mudança condutual que acabasse normalizando a Comunidade Lusófona inclusa no Reino da Espanha.”[7]; “Se o galego pertence ao mesmo sistema que o português e brasileiro e ‘lusoafricano’, i.e. se as falas galegas podem explicar-se linguisticamente polo mesmo modelo/sistema do que as falas brasileiras, portuguesas e mesmo ‘lusoafricanas’, esse galego, essas falas têm de se corresponder com a mesma escrita -unificada- como se correspondem as falas portuguesas e brasileiras e ‘lusoafricanas’ com essa escrita -unificada-”[8] (emprega o termo “luso-reintegracionismo”[9])

[1] “Que galego na escola?”, A. Gil Hernández, em Encontros Labaca, Eds. do Castro, 1984, pp. 149, 160, 162, 166, 167, respetivamente

[2] “Normativizaçom na Galiza: contra as regras de ortografia para a desnormalizaçom dos usos do galego”, A. Gil Hernández, Temas de O Ensino, nos 4/5, Vol I, 1985, pp. 147-150 (sublinhados do autor)

[3] “Dez pontos para a discussão sobre o ‘galego’”, A. Gil Hernández, revista NÓS, nos 7-12, 1988, p. 117 (sublinhado do autor)

[4] “Linhas gerais para a normalização da comunidade lusófona na Galiza (espanhola)”, A. Gil Hernández, revista Agália, no 30, 1992, p. 238

[5] “Política e língua”, A. Gil Hernández, revista Agália, no 58, 1999, p. 270 (sublinhado do autor)

[6] “Reformação ortográfica na Galiza ou, mais uma vez, a montanha parirá um rato?”, A. Gil Hernández, revista Agália, no 59, 1999, pp. 327-328 (maiúsculas do autor)

[7] “Silêncio ergueito”, Eds. do Castro, 1996, pp. 40 e 47

[8] Colóquio, II Congresso Internacional da Língua Galego-Portuguesa na Galiza, Actas, 1989, p. 425

[9] em foros da Internet, 2002

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José Luís Fontenla“nós, os Galegos, não pedimos só uma ortografia unificada como também uma ortofonia comum mínima ou ortologia, ortoépia; e uma dicionarística comum, terminologia uniforme, etc., pelo que nasceu o VOCT, Vocabulário Ortográfico Comum e de Terminologia, para toda a Lusofonia, na negociação do primeiro Acordo Ortográfico de 1986, o que se continuou no Acordo de 1990, mas que infelizmente não se implementou ainda”[1]; “a Galiza, ou é lusófona ou não é”[2].

[1] “O Mito de Babel: contra a desagregação da língua portuguesa”, J.L. Fontenla, revista NÓS, nos 59-65, 2000, p. 15

[2] correspondência particular a C. Durão, passim

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Luís Gonçáles Blasco“Segundo os usos lingüísticos habituais esta língua [medieval] pode ser chamada Galego antigo, Português antigo ou Galego-Português (antigo ou nom), podo estar de acordo em que por razons históricas o nome mais acaído seria o de Galego antigo, por ter nado na Galiza; mas nom tudo é História nas línguas e, por exemplo, hoje (quase) todos concordamos em falarmos de Espanhol e nom de Castelhano como quereriam as razons históricas […] Galego e Português fam parte de um mesmo diassistema lingüistico que, geralmente, chamamos Galego-português, ainda que também podemos chamar-lhe Galego à nossa variante particular (e mesmo às outras)”[1]; “devia ficar claro que os independentistas nom podem ter outra normativa do que a histórica: Porque foi a nossa quando éramos independentes, porque cientificamente é a única válida, porque a normativa isolacionista levaria-nos a umha deriva cara ao espanhol por tratar-se de uma normativa espanholista (com algumhas pinceladas de enxebrismo para dissimular), porque é umha normativa imposta polo poder espanhol e nom por um poder galego.”[2]

[1] “Um relatório desafortunado”, L. Gonçález Blasco, revista Agália, no 54, p. 241, 1998

[2] “O galego é umha língua e tem a sua ortografia própria”, L. Gonçáles Blasco, Informaçom Obreira, no 23, Dia da Pátria, 1998, reproduzido em revista Agália, no 58, 1999, p. 253

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Manuel Maria“Galego e português são a mesma língua, com alguma variante.”[1]

[1] ”Caro Manuel Maria, que estás nos céus!, A. Gil Hernández, em http://www.pglingua.org/images/stories/pdfs/2009/070909_agil_manuelmaria.pdf

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Carlos Garrido“Desde 1978 até o momento presente assistimos, relativamente ao modelo culto do galego, como que à reediçom da dialéctica entre as duas atitudes […] por um lado [..], na década de 1980 configura-se com força um movimento reintegracionista, partidário de um modelo de galego culto coordenado com o português, que, embora contasse com ilustres precursores, nunca antes atingira um corpo teórico tam sólido e umha praxe tam conseqüente. Mas, por outro lado, no decénio de 80 também se constitui, guiada polo populismo e pola inércia da recente e adulterada tradiçom de galego escrito, uma corrente isolacionista (autodenominada autonomista), que reage contra os postulados reintegracionistas e propugna um modelo de galego independente, na teoria, do português e do castelhano, mas na prática subsidiário quanto a ortografia, morfossintaxe e léxico deste último. A corrente isolacionista, orfa de umha fundamentaçom teórica consistente, apresenta-se, porém, como dominante nesta etapa, devido à sua condiçom de norma demótica nas actuais circunstâncias sociolingüísticas do país, mas, sobretudo, graças à sua instrumentaçom por parte de um poder político que a sente compatível com o seu projecto nacionalitário”.[1]

[1] “Estado actual e perspectivas da norma lexical”, C. Garrido, revista Agália, no 57, 1999, p. 5 (itálicas do autor)

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Valentim Rodrigues Fagim“A língua portuguesa –além da sua continuadora- é essencialmente a mesma língua que a medieval com as suas lógicas regularizações e posteriores influências como a língua do Cid é essencialmente a mesma língua que o castelhano actual. Não é um produto made in Lisbon. De ser assim palavras como [lenho, espelho, vou, leite, mais, chover, fórmula, Rosa, isso] deveriam ser transcritas lanhu, ixpalhu, vô, laite, maix, xover, formla, Roza, iço e se outro tanto fizeram os brasileiros (como já faz o galego oficial), onde existe uma única língua existiriam, no mínimo três línguas (a ideia pode ser copiada por mais variantes: galego-asturiano, portunhol ou açorense, por exemplo). O problema, realmente, é que o debate e as decisões não estão em mãos dos galegos. Naqueles lugares onde a identidade da língua depende basi camente dos movimentos sociais que se importam com ela, Quebeque, Puerto Rico, Vale de Aosta, Moldávia actual, Flandres, Tirol do sul… o integracionismo é o comportamento dominante. Naqueloutros onde não é assim, e Valência é o paradigma junto à Galiza, o destino da língua fica baixo a direcção dos seus verdugos.”[1]; “Que porta-vozes de ideologia gregária espanholista sejam tam entusiastas das “señas de identidad” de galegos/a e valencianos/as, ao mesmo tempo, sustentem políticas quanto ao status que nada fazem por reverter a progressiva espanholizaçom das sociedades que governam deveria, achamos, acender algumha luminária, em especial naqueles contigentes amplos de galegos/as preocupados/as com a cultura, língua e construçom nacional galega, ao menos entre aqueles/as que nom estám a tirar réditos a situaçom actual”[2].

[1] “Qual é o verdadeiro conflito linguístico galego?”, V. Rodrigues Fagim, revista Agália, no 58, 1999, pp. 243-244 (itálicas do autor)

[2] “Construir da periferia, construir da Galiza”, Valentim R. Fagim revista Agália, nos 71/72, 2002, pp. 119-120

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V.R. Fagim e J.L. Valinha“Os grupos regeneracionistas estão a realizar uma regeneração da língua em todos os níveis da linguagem, e nela o espelho do português de Portugal está a desempenhar um papel fundamental […] o português de Portugal, no campo fonético como noutros campos, funciona como importante critério de correcção linguística, residindo o problema na determinação prática de a quê ponto em cada caso há que adoptar uma ou outra solução […] o movimento regeneracionista, na teoria, preferiu, por a considerar mais correcta, a pronúncia do “sesseio” à pronúncia com interdental castelhana de palavras como “cedo” ou “fazer”[1]

[1] “Por uma ortofonia do português da Galiza”, revista Agália, no 75, 1976, 2003, pp. 151-156

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Júlio César Barreto Rocha: “O que desejo relevar é o fato de que a língua portuguesa, como já se sabe de longuíssima data, não é propriamente portuguesa; ou seja, a língua falada em Portugal, queira-se ou não, veio de fora de suas fronteiras de hoje, e é anterior aos Cancioneiros galego-portugueses, anterior ao Estado português: nasceu numa terra que constitui o que ontem era a Gallaecia e ainda hoje é a Galiza, uma Comunidade Autônoma. Logo, o idioma aqui gerado e desenvolvido deve ser chamado de “galego”. […] Durante quase um milênio foi muito interessante para Portugal ignorar a existência da Galiza, pois isto mantinha o mito de que a língua dita portuguesa fora gerada e era originária exclusivamente de seu território, de seus habitantes, que englobavam os primeiros lusitanos. O ocultamento deste fato histórico se deve fundamentalmente a dois grupos de fatores. Por um lado, os “séculos obscuros” e o esmagamento político da Galiza, aliados à modéstia galega, e à natural soberbia da Pátria de Camões –que com os chamados “grandes descobrimentos” conduziu os estudiosos ao erro de encobrir outros fatos importantes do passado, submetendo a História à Sociolingüística. E, por outro lado, deveu-se esta situação à difícil convivência entre os impérios espanhol e português, que tinham no território da Galiza o ponto nevrálgico de seu relacionamento. Dois impérios globais em confronto necessitaram desta mentira secular. […] Cabe destacar também que quando se fala no período de “formação da língua portuguesa”, fala-se na verdade da língua galega formada, mas que, como qualquer língua, está em constante deriva, evoluindo em alguns traços, incorporando as necessidades lingüísticas dos falantes. Ressaltar o português em oposição ao galego-português antigo é, em grande parte, cumprir uma determinação política imposta pela antiga disputa territorial. A língua, em sua essência, permaneceu indomada, embora esmagada a modalidade escrita do tronco principal galego; fato jamais negado pelos estudiosos de todas as pátrias […] A presença das vogais mais escandidas no galego atual, que possui menos força ao Sul, em Portugal (cujos falantes obscurecem as ocorrências destes sons, como em “m’nino” ou em “p’ssoa”), permanece mais integral no território brasileiro, cuja população, em sua quase absoluta totalidade, encontra parâmetro distintivo do falante português justamente nesta vocalização mais “perfeita” nossa, por assim dizer, igualando-se ao falante galego –que inegavelmente mantém também mais acesa esta “característica celta”. A língua falada na Galiza, que é a real Pátria da Língua, que instituiu o sistema vocálico e a musicalidade do galego, faz-se presente no Brasil. Portugal, deixando-se influenciar pela fala moçárabe (como querem alguns), de certa maneira “capou” a musicalidade galega […] Portanto, ainda no território da Galiza integral se formaram variantes futuramente tidas como distinções “portuguesas”. Podemos dizer, então, que, quando falamos de “português”, trata-se da “variante portuguesa” (ou meridional) da “língua galega”, porquanto esta já existia antes de a grande e brava nação lusa se constituir em Reino independente; logo, o idioma que se fez mais ao Norte, e deslocou-se posteriormente para o Sul é ineludivelmente o galego./ A língua portuguesa de hoje não é mais que uma variante sulista da língua galega de antanho; um co-dialeto, é certo, mas que também poderíamos chamar de galego-português infra-Douro, o qual, mesmo no território de Portugal, possui distinção com a variante de entre Minho e Douro […] Afinal, o que conhecemos hoje como “língua portuguesa” é assim considerado não apenas porque o povo galego foi esmagado politicamente pelo centralismo espanhol, mas complementariamente e sobretudo porque o povo português conquistou espaço na comunidade planetária, tanto literária como politicamente […] Seja como for, a simples discussão, a crua polêmica acerca do nome da língua comum, não é um exercício vão: é benéfica por si só: leva à consciência de existir um fio de unificação lingüístico-cultural, que vem de longe; que procede dos celtas e se reúne com os índios tupis na América, por exemplo, ou com os bantos, na África.[…] Dizer galego, dizer português, dizer “portugalego” ou brasileiro é questão de somenos, mas de necessária discussão entre nós.[…]/ Os portugueses não deixam de ser velhos amigos do povo brasileiro. No entanto, cabe resgatar os amigos galegos, que são amigos ainda mais originários (e não trazem consigo o travo da opressão imperialista), pelo fato de serem os geradores da língua nossa, hoje pertencente a muitos povos do mundo por igual –não importando que rótulo tenha, pelas razões maiores de Estado que advenham da dinâmica dos interesses dos Países e de seus cidadãos.”[1]; “Nós, que pronunciamos ou ouvimos pronunciar em algumas zonas do Brasil, normalmente, o artigo indefinido feminino à maneira galega, não entendemos a princípio o porquê de existir grafia diferenciada: “unha” (da normativa admitida oficialmente) ou “umha” (opção presente nesse Estudo Crítico…). Uns e outros grafam de forma diferencialista, acreditamos, para exibir distinção nacional…[2].

[1] “O Brasil fala a língua galega”, J.C. Barreto Rocha, revista Agália, no 58, 1999, pp. 281, 283, 285, 287, 290 (sublinhados do autor)

[2] “O dilema de Carvalho Calero”, Tomo I de Estudos dedicados a Ricardo Carvalho Calero reunidos e editados por José Luis Rodríguez, Parlamento de Galicia, Universidade de Santiago de Compostela, 2000, p. 829 n.; negrita e reticências do autor; o Estudo Crítico… é o citado na n. 150 (negrito do autor)

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J. Henrique P. Rodrigues“podemos considerar a norma Agal como um dos grandes alcances intelectuais da história cultural galega e podemos valorizar o seu percurso como brilhante […] Na actualidade, e sempre aceitando a existência de um continuum nos usos graficos,[…] podemos afimar que, basicamente, são (sic) usadas duas normas reintegracionistas: uma norma que poderíamos denominar “reintegracionista avançada” e outra que poderíamos denominar “reintegracionista clássica”. A fronteira simbólica entre essas duas estaria marcada polo uso do til na formação dos plurais (nações) frente à forma tradicional em <-ns> (naçons), prévia ao ditame presente no relatório da Comissom Lingüística […] Trata-se, fundamentalmente, de marcar os limites a respeito do luso-brasileiro para evitar transmitir (e muito mais provavelmente padecer) a sensação de entreguismo provocado pola exogeneidade da escrita. […] O feito de existirem outros grupos sociais (integracionistas) a adoptarem formas de galego-português lusitano com função identitário-endogrupal impediu ao reintegracionismo, em boa medida, continuar a aproximação gráfica ao luso-brasileiro que demandava uma (sic) boa estratégia aproximativa.”[1]; “restituição do galego como língua de cultura […] O aproveitamento nas escolas e por parte da população galega do corpus literário existente, gerado em diversas normativas e/ou caracterizado por uma extrema heterogeneidade, implicará num futuro, sem duvida, a necessidade de realizar-se traduções de tipo intralingual padronizador, e para isso será preciso definir previamente de um ponto de vista teórico como deve ser realizada tal actividade”[2].

[1] “A Escrita e a Norma cara ao Século XXI”, J. Henrique P. Rodrigues, revista Agália, nos 65/66, 2001, pp. 19, 20, 26, 47

[2] “A proximidade tipológica entre o (galego-)português e o espanhol e o seu relevo para a prática e para o ensino da tradução”, revista Agália, nos 77/78, pp. 75-79 (itálicas do autor)

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Roberto López-Iglésias Samartim“integrar nom é substituir. Os dous podem ser processos graduais mas o primeiro implica ao menos a possibilidade de existência dum modelo normativo autónomo para a língua da Galiza […] enquanto que o segundo significa a adopçom dum padrom igual ao oficial em Portugal como norma estándar da língua da Galiza”[1].

[1] “Ideia de Língua e Vento Português na Galiza do Tardofranquismo: o caso de Galaxia”, Roberto López-Iglésias Samartim, revista Agália, nos 83/4, 2005, nota 45, p. 37

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Mário Herrero Valeiro“Na Galiza vivemos num paradoxo: existe uma língua que ninguém está obrigado a conhecer, mas que deve ser escrita de uma forma determinada, com as letras doutra língua que é e obrigado conhecimento, mas que ninguém obriga a escrever de uma forma determinada. Paradoxos da democracia”[1]; “O português da Galiza está ameaçado de morte, condenado ao extermínio, mas as elites políticas da terra firme ao Sul parecem preferir a companhia, economicamente rendável, dos exterminadores, internos ou externos”[2]; “Reintegracionismo. Defende que não existem critérios linguístico-estruturais suficientes que permitam falar de uma língua galega independente do português.”[3]

[1] “António Gil Hernández: os olhares incómodos”, M. Herrero Valeiro, revista Agália, nos 85/86, 2006, p. 268; e tb em http://www.agal-gz.org/modules.php?name=News&file=articlecomments&sid=2756

[2] “Identidade e espaço nacional no discurso sobre a(s) língua(s) na Galiza” Atas do Congresso Internacional ‘A Língua Portuguesa no Mundo’[…]”, M. Herrero Valeiro, revista NÓS, nos 29-34, 1993, p. 145 (sublinhado do autor)

[3] “Linhas discursivas: as elites e a luta pelo poder simbólico, mas também real sob forma guerra de grafias”, Galiza: Língua e Sociedade, Anexo I do Boletim da AGLP, Santiago, 2009, p.118

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Isaac Díaz Pardo“O problema da língua está sujeito ao domínio ou entrega dos nossos recursos, o que nos obrigará a falar no idioma de quem tenha a propriedade deles. E este sim que é o verdadeiro problema para a nossa língua porque os que têm estabelecidos os seus poderes aqui e agora som sipaios, som entregadores a troços da Galiza ao domínio forâneo.”[1] (defende a “confluência da língua da Galiza com a de Portugal” e julga “cousas absurdas” as dos “normativizadores oficiais” do idioma[2]);

[1] “Isaac Díaz Pardo e a Língua”, I. Díaz Pardo, em AA. VV., AGAL, Corunha, colecçom Testemunhos, 2008, p. 95

[2] revista Agália, nos 95-96, 2008

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Celso Álvarez Cáccamo“É evidente que na Galiza actual as únicas tentativas de quebrar o mercado linguístico espanhol são as que provêm do luso-reintegracionismo […] A opção luso-reintegracionista implica, não um questionamento do funcionamento básico da língua como padrão de troco e mecanismo de selecção social no capitalismo, mas uma ré-territorialização (a ampliação desse mercado), que subleva perigosamente a linha dos estados-nação (o Reino de Espanha e a República de Portugal) […] As posições luso-reintegracionistas e isolacionistas estão ancoradas estrutural e diferencialmente no processo (económico-social) de produção de saber.”[1]; “O galego e o português sempre foram a mesma língua, desde as suas origens no território da Gallæcia até a sua diversidade actual por vários continentes.”[2]; “A reivindicação do nome “galego” para o galego-português da Galiza não deve obscurecer o facto de este galego ser essencialmente português, a par do brasileiro, o moçambicano, o lisboeta ou outras variedades, correspondam estas a países inteiros, regiões, grupos sociais, etc.”[3]; a ditongação do [õ] + [N] em [ãw] não é alheia tampouco, intrinsecamente, à tendência fonética interna dos dialetos galegos, pois é fruto tanto da analogia quanto da nasalação. Poderia chegar a dar-se também na Galiza sistematicamente? Por que não? Tudo dependeria de (a) uma pronúncia habitual e uma ortofonia que mantenha a nasalação do “o” (frente à alveolarização castelhanizante do segmento “m” final, que reduz a nasalação, [teson] em lugar de [tesõN], onde N = nasal velar); e (b) o grau de exposição, a travês dos meios de comunicação, a modelos ortofónicos que ditongam.[4].

[1] “Contra a normalización: Reconhecimento cultural e redistribuição económica sob a dominação linguística”, revista Agália, nos73/74, 2003, pp. 11-13

[2] em revista Vieiros, 10 maio 2002

[3] em J. B. César, Língua nacional da Galiza “amordaçada” pelo Estado espanhol, Académicos e associações querem que se fale o galego-português, Diário Transmontano, 2003,www.semanariotransmontano.com

[4] Notícias PGL, 16 outubro 2008, Novos tempos e novos debates para o Galego” http://www.agal-gz.org/foros/viewtopic.php?p=4588&highlight=&sid=74f37fc463f3505667ae689b7db187d8 (negritas do autor)

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Miguel Cupeiro Frade: “Se os portugueses escrevem cantaram ou cantam, como o pronunciamos nós, por que não podemos escrever cantarão ou estão, como o pronunciam eles?/ O uso complementar de -m e til não corresponde melhor aos falares portugueses, nem sequer ao padrão oral português, do que aos falares galegos. Pelo contrário, é altamente satisfatório para todos./ Isso mesmo acontece, aliás, com o conjunto da ortografia portuguesa atual. Ela é largamente fonética, mas não completamente, baseando-se na nossa tradição medieval e procurando supradialetalismo.Estas circunstâncias é que explicam que essa ortografia, globalmente, responda tão bem às pronúncias galegas, mesmo quando há leves diferenças fonéticas.”[1]

[1] “Galiza, o nosso país…”, em http://recantodasletras.uol.com.br/discursos/1621504,1 junho 2009

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Alexandre Banhos“A nossa língua, o português, que assim é conhecida internacionalmente”[1]

[1]em entrevista à revista Novas da Galiza, no 65, 15 abril-15 maio 2008

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Vítor Meirinho Guede“Mostrando-se ser a língua dos galegos e dos portugueses a mesma”[1]

[1] “Falsa essência e utilidade verdadeira”, revista Agália, nos 73/74, 2003, p. 124 (e em http://www.lusografia.org/vitormeirinho.htm)

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Fernando Venâncio«Não se insistirá na questão, entre todas magna, de serem galego e português um ou dois idiomas. Para o autor deste trabalho, eles são variantes dum só e mesmo idioma. Ou, reduzindo a questão ao essencial: todas as estruturas que distinguem galego e português das outras línguas românicas, têm-nas eles em comum. No presente estudo, ‘galego’ e ‘português’ designarão, pois, duas normas, diferentes e marcadíssimas.»[1]; “For now, what is my opinion on this issue? Well, I state that Galician and Portuguese are the same language. I base this opinion on structural grounds. Indeed, all important phonological, lexical, morphological and syntactic features of Galician and Portuguese – that is, the features in which they differ from any other Latin language – are common to both.”[2]; “Considero que galego e português são, ainda e sempre, o mesmo idioma. Mas considero, igualmente, que essa identidade, sendo verdadeira, não é óbvia. Por isso trabalho em conseguir demonstrá-la.”[3]; «Na Galiza a minha língua chama-se galego».[4]

[1] “Mana Galiza”, Fernando Venâncio, PGL, 5 dezembro 2007 (http://www.agal-gz.org/modules.php?name=News&file=articlecomments&sid=3965) [tb no no 3 da revista VICEVERSA, da universidade de Vigo, 2007]

[2] «I see my language everywhere», F. Venâncio, seminário de Cork, 21 março 2006

[3] “Pontes sólidas”, Fernando Venâncio, PGL, 25 outubro 2008, e Ciberdúvidas (http://ciberduvidas.sapo.pt/diversidades.php?rid=1978)

[4] no 172 da revista Grial, 2006, capa

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Isabel Rei O português NÃO É UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA./ Reintegracionismo é aquele movimento (teoria e praxe) social que procura informar, conduzir e tornar evidente para os galegos que a sua língua é o português galego”.[1]; “O motivo principal deste sucesso é ter usado o nome comum da língua para denominar as falas galegas: PORTUGUÊS”.[2]

[1] PGL, 8 fevereiro 2006 (http://www.agal-gz.org/modules.php?name=Forums&file=viewtopic&t=1653&postdays=0&postorder=asc&start=0&sid=be8c3932835bcdc5305fe75c821dda92)

[2] PGL, 5 maio 2009 (http://www.agal-gz.org/foros/viewtopic.php?t=771); refere-se ao sucesso da AGLP (maiúsculas da autora)

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Concha Rousia“Se, ao definir-nos, delimitar com palavras o que somos e o que não, deixamos fora parte do que somos, como quando seguimos o discurso dominante que afirma que galego e português são duas línguas distintas, estamos a impossibilitar o câmbio.”[1]; de sempre naGaliza há uma corrente que luta pela integração do galego no português, a dia de hoje os linguistas não poderiam defender outra cousaque não seja que galego e português são a mesma língua, com duashistórias muito diversas, mas apenas uma língua[2]; Com a AGLP consegue-se uma separação total do discurso unitário e dominante; não só se afirma que o “galego” não é diferente do “português”, contradizendo a premissa central do discurso da RAG, como também se afirma que se deve chamar “português”.[3]

[1] Revista das Letras, 6 novembro 2008 (http://www.elcorreogallego.es/suplementos/revistadasletras/20081106.swf)

[2] “Galiza, o nosso país…”, em http://recantodasletras.uol.com.br/discursos/1621504, 1 junho 2009

[3] “Mudança de narrativa linguística na Galiza”, Boletim da AGLP, no 2, 2009, p. 77

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Malaca Casteleiro“[…] na base deste projeto está a ideia, defendida por tantos, que o galego é uma variante linguística de uma língua comum que poderia ser língua galego-portuguesa, mas que as vicissitudes da história levaram a que fosse apenas língua portuguesa […]/ Queria […] prestar uma homenagem aos ilustres filólogos e linguistas que ao longo dos tempos defenderam sempre que o galego era uma variante linguística de uma língua comum, da língua portuguesa […]/ e tantos outros que se bateram pela defesa da reintegração do galego como variante da língua portuguesa, com todo o respeito pelas opiniões contrárias. /Mas, do ponto de vista do sistema fonológico, do sistema morfológico, não encontramos argumentos linguísticos, em minha perspetiva e de tantos outros, que justifiquem que se trate de uma língua diferente. Com certeza que há diferenças em relação ao sistema semântico ou lexical, mas não é o léxico que define o parentesco das línguas. […] integrar o galego como variante da língua portuguesa ao lado das outras variantes […] contribuirá para reatar os fios da história do galego-português, fios que se quebraram em fins do século XV e que era urgente reatar e revalorizar.[1]; “Vão também registadas mais de 800 palavras de uso geral e corrente na norma galega do português e que foram dadas a público pela Academia Galega da Língua Portuguesa, justamente na perspetiva da sua integração no vocabulário ortográfico comum, mencionado no texto legal do novo Acordo. É de salientar que tal registo de galeguismos ocorre pela primeira vez numa obra lexicográfica do português, indo assim ao encontro de uma vontade consensual há muito manifestada, nomeadamente através da participação de uma delegação galega nos trabalhos e reuniões oficiais que conduziram à aprovação do Acordo Ortográfico de 1990”.[2]

[1] Sessão inaugural da AGLP, 6 de outubro de 2008 (audio em: http://www.pglingua.org/index.php?option=com_content&view=article&id=260:aglp-ja-caminha-com-parabens-e-criticas&catid=8:cronicas&Itemid=69)

[2] Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, Porto Editora, 2009, prólogo

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Carlos Reis“A expressão «sabores da língua» é muito interessante, porque é aquele domínio da língua em que salvaguarda o que há diferente, sem ser uma ruptura, entre uma forma de falar português do Brasil, Portugal, Galiza… que não ponha em causa a ruptura da língua./ A utilização de metáforas como «sabores da língua portuguesa» é muito importante para sabermos que a unidade da língua não é afectada por estas oscilações, são mais de natureza lexical, terminológica do que de natureza ortográfica. ” […]“para o dizer de uma forma muito clara, acho que a AGLP, no meu ver, deve bater-se pela ideia de que o português é uma língua que existe naturalmente na Galiza, ou seja que o galego não é uma língua em divergência com o português.”[1]

[1] Entrevista ao PGL com ocasião da sessão inaugural da AGLP (http://www.pglingua.org/index.php?option=com_content&view=article&id=264:carlos-reis-reitor-da-universidade-aberta-de-lisboa-lmudar-a-ortografia-para-muita-gente-e-um-pouco-como-mudar-o-corpor&catid=6:entrevistas&Itemid=71)

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Camilo NogueiraPenso que o galego e o português são a mesma língua e que nunca deixaram de o ser./ Defendo em consequência a convergência plena do galego no galego-português intercontinental./ Mas não denomino ao galego como português e creio muito errada e perigosa a ideia de submeter ao galego a um tratamento semelhante ao sofrido polo português de Braga, Porto, Tras os Montes ou as Beiras desde o poder do Estado português […]/ Desde estas posições, sendo inequivocamente partidário da convergência ortográfica do galego com o galego-português comum, tal como o pratiquei durante cinco anos no Parlamento Europeu, creio que do que se trata é de convencer e não de vencer aos que defendendo o galego pensam de forma diferente.”[1]; Nós podemos afirmar que a lingua que falan [os brasileiros] é a mesma que a galega. Malia as diferenzas e os matices, tan galego é o portugués do Brasil como castelán o español de México.[2]

[1] “Da língua”, 5 abril 2009 (http://www.vieiros.com/opinions/opinion/792/da-lingua)

[2] “Brasil e nós”, 21 dezembro 2009 (http://www.vieiros.com/opinions/opinion/1063/brasil-e-nos🙂

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Carlos Durão“é o mesmo idioma, con variantes fonéticas e léxicas”[1]; “galego e/ou português”[2]; “português da Galiza”[3]; “cos manuscritos [medievais] na man pódese probar case calquer cousa: tanto que o galego e o portugués son a mesma lingua, como que non, tanto que ‘lh’ e ‘nh’ son vernáculos como que non, etc.”[4]; “Em consonância com o chamado Estatuto das Autonomias decretado pelo poder central, à nossa língua foi-lhe assinada a categoria de autónoma, com os mesmos ou parecidos “teitos” e mais “competências” que esse poder permite à administração civil. E do mesmo jeito que o objetivo final das autonomias (segundo têm declarado repetidamente os seus apologistas) é reforçar a “unidade superior” do Reino, assim a opção espanholista na língua da Galiza tem por fim achegar paulatinamente o galego ao castelhano, para finalmente absorvê-lo no “grande espanhol” do futuro (tal era a tese do sábio Unamuno[5]); […] “Dizem que há que construir o galego a base dos seus dialetos. Bem está, mas já de entrada esquecem interessadamente os dialetos de além-Minho, justamente aqueles únicos dialetos do galego que não estão contaminados pelo castelhano”[6]; “A única conclusão que cabe tirar desta malfadada ortografia é que é uma escrita para colonizados. Está pensada desde o espanhol e para o espanhol, por administradores do Estado instalados no castelhano, a língua do poder. E com a ortografia espanhola introduz-se o vocabulário, sintaxe e fonética espanhóis”[7]; “A língua é indivisível […] A lusofonia é a consumação da nossa tradição”[8]; “Concebemos a língua comum como uma federação de falas. Noutras palavras, a língua internacional portuguesa, língua de cultura e civilização, está constituída pola livre união das diversas realizações idiomáticas nacionais”[9]; (emprega o sintagma “desocultação galécia”[10]).

[1] “Nota ortográfica para o uso do suplemento na escola”, Boletim do Grupo de Trabalho Galego de Londres, no 8, abril 1972, p. 4

[2] “Galego e/ou portugués?”, semanário ANT, no 41, 8-14 dezembro 1978, p. 12

[3] “História do Galego-Português. Estado linguístico da Galiza e do Noroeste de Portugal desde o século XIII ao século XVI (Com referência à situação do galego moderno)”, Cadernos do Povo, nos 2-4, maio-dez. 1987, p. 129

[4] “Algunhas precisións sobre a ortografía”, revista Grial, no 64, 1979, p. 243 (onde também se ensaiava um texto reintegrado adaptado duma tradução russa)

[5] “Hay otro hecho, y es el de que la lengua oficial de España sea la castellana, que está lleno de significación viva. Porque del latín brotó en España más de un romance, pero uno entre ellos, el castellano, se ha hecho lengua nacional e internacional además, y camina a ser verdadera lengua española, la lengua del pueblo español que va formándose sobre el núcleo castellano […]/ Pero si Castilla ha hecho la nación española, ésta ha ido españolizándose cada vez más, fundiendo más cada día la riqueza de su variedad de contenido interior, absorbiendo el espíritu castellano en otro superior a él, más complejo, el español. No tienen otro sentido hondo los pruritos de regionalismo más vivaces cada día, pruritos que siente Castilla misma: son síntomas del proceso de españolización de España, son pródromos de la honda labor de unificación. Y toda unificación procede al compás de la diferenciación interna y al compás de la sumisión del conjunto todo a una unidad superior a él.”, Miguel de Unamuno, “La casta histórica Castilla”, 1895, in “En torno al casticismo”, Editorial Espasa-Calpe, Colección Austral, Madrid, 1943, pp. 43-44 (itálicas do autor)

[6]“Contra a opção espanholista na língua”, revista O Ensino, no 5, 1982, pp. 47-48; depois em Temas de O Ensino, nos 4/5, Lingüística e sócio-lingüística galaico-portuguesa, vol. I, Braga, 1985; e antes sobre “O galego da autonomía”, semanário ANT, no149, 1-7 abril 1981

[7] “Sobre castrapo e espanholismo no galego”, revista O Ensino, no 5, 1982, p. 89

[8] “A lingua que vai em nós”, revista NÓS, nos 13-18, 1989, Ponte Vedra-Braga (em Homenagem a Guerra da Cal), p. 312

[9] “Proposta de unificação”, apresentada ao IV Encontro Internacional da Língua Galaico-Portuguesa, 6-7 dezembro 1985, Ponte Vedra, recolhida em “A ortografia comum galego-portuguesa. Para um Acordo ortográfico galego-luso-brasileiro-africano da língua portuguesa”, p. 84, em Temas de O Ensino, nos 6-10, “Linguística, Sociolinguística e literatura galaico-luso-brasileira-africana de expressão portuguesa”, Vol. II, 1986; antes comunicação às Jornadas do Ensino. Escolas de Verão de Galiza e Portugal, Viana do Castelo, setembro 1985

[10] no Portal Galego da Língua, 21 junho 2007 (http://www.agal-gz.org/foros/viewtopic.php?t=64), visando incluir também a reafirmação das caraterísticas do português nortenho frente ao de Lisboa

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António Gil HernándezApenas são reintegracionistas os LUSÓGRAFOS, aqueles que, com maior ou menor correção, utilizam habitualmente a NORMA REINTEGRADA (o português padrão e melhor o acordado em Lisboa 1990) nos seus escritos.[1]

[1] PGL, 8 fevereiro 2006 (http://www.agal-gz.org/modules.php?name=Forums&file=viewtopic&t=1653&postdays=0&postorder=asc&start=0&sid=be8c3932835bcdc5305fe75c821dda92)

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